Boeing fecha negócio da China, ou não?

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A Boeing e a CDB Aviation finalizaram nesta quinta-feira, dia 9 de novembro, o contrato de aquisição para 42 aeronaves B737 MAX 8s, dez B737 MAX 10s e oito B787-9 Dreamliners no valor de 7,4 mil milhões de dólares.

Esta super encomenda, que  já tinha sido falada nos bastidores do ‘Paris Air Show’ em junho passado, foi finalmente fechada esta semana depois de algumas movimentações políticas.

É que a China pedia que lhe fosse conferido o estatuto de construtor de aviões através do reconhecimento dos padrões de ‘airworthiness certification’ de modo a que pudesse vender, voar e manter os aparelhos de produção chinesa nos Estados Unidos.

Esta reivindicação foi agora atendida, em vésperas da visita do Presidente Trump à China, tendo a FAA (Administração Federal de Aviação Civil dos EUA ) colocado no papel em conjunto com a CAAC  (Administração de Aviação Civil da China) uma série de procedimentos para que exista compatibilidade entre os dois sistemas de certificação. Assim, ambas as entidades podem utilizar os sistemas de aprovação de design, produção e ‘airwhortiness’ como referência, evitando desta forma longos períodos e entraves aos processos de certificação das aeronaves, sobretudo as de origem chinesa que procuram entrar no mercado americano.

Este acordo reconhece de certo modo que os procedimentos que a CAAC utiliza na certificação serão aceites pela FAA, abrindo as portas para a venda do novo avião de passageiros chinês C919 nos Estados Unidos da América. De realçar que os padrões chineses são na maior parte dos casos, comuns ou com origem na FAA.

Esta foi uma medida fundamental para a Boeing que viu os maiores clientes chineses, nomeadamente os fundos soberanos, abrirem os cordões à bolsa. Contudo, tudo isto pode ser, também, uma verdadeira caixa de pandora no que toca à entrada dos concorrentes da Boeing no mercado.

É que, se muito caminho tem de ser percorrido, para que as companhias norte-americanas optem por comprar ´Made in China´, o que é que impede de os maiores ‘lessors’ do mundo, que são chineses, adquirirem o C919 e o disponibilizar às companhias regionais americanas por preços operacionais muito mais baixos que os aparelhos ´Made in USA’?

O C919 é o segundo aviação de passageiros desenvolvido totalmente na China pela COMAC.

A CBD Aviation é uma das maiores companhias de leasing de aeronaves com cerca de 300 aeronaves. Foi constituída por fundos chineses e está baseada em Dublin, Irlanda. Opera com base num sócio único, a empresa financeira ‘China Development Bank Financial Leasing Co. Ltd’, uma subsidiária do banco estatal chinês ‘China Development Bank’.

 

 

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