A imprensa económica norte-americana, nomeadamente a que está localizada em Nova Iorque e relacionada com o índice Dow Jones, está a noticiar nesta quinta-feira, dia 21 de dezembro, que a Boeing e a Embraer têm mantido conversações nesta semana acerca de uma eventual venda da fábrica brasileira ao gigante da construção aeronáutica e aeroespacial norte-americana.
É a resposta dos norte-americanos ao recente acordo de vendas assinado entre as fábricas europeia e canadiana Bombardier com vista à promoção de vendas dos novos aviões a jato CSeries dedicados ao transporte regional.
A notícia circula já em diversos sites de informação económica e está a ser muito mal acolhida no Brasil, onde os analistas e comentaristas políticos já evidenciam um certo movimento de protesto, já que o Governo Brasileiro estará a permitir vender a ‘jóia da coroa’ da indústria do País e uma das mais prestigiadas e conhecidas empresas produtivas da América do Sul. Contudo, estão todos confiantes que não haverá mudança de bandeira na Embraer, já que o Governo de Brasília tem na mão a possibilidade de levantar a sua condição de ‘golden share’ e contrariar o negócio.
As negociações entre as duas fábricas aeronáuticas, a primeira e a terceira do mundo, em termos de negócios, levou a uma subida de mais de 20 por cento no preço das ações da Embraer no índice Dow Jones, de Wall Street, na Bolsa de Valores de Nova Iorque.
A Embraer tem hoje um valor de mercado de cerca de 3,7 mil milhões (bilhões no Brasil) de dólares norte-americanos e emprega cerca de 18 mil pessoas. Foi fundada em 1969 por um engenheiro aeronáutico brasileiro com a ajuda do Governo. Em 1994, durante a presidência de Itamar Franco, a empresa foi privatizada, mas o governo mantém uma percentagem de menos de 20% e o direito que se denomina por ‘golden share’ que lhe dá a possibilidade de vetar qualquer alteração do controlo e governação da Embraer.