O Brasil prepara-se para tomar mais uma medida polémica quanto à selecção e encaminhamento de tráfego aéreo para os seus aeroportos durante o período dos jogos da Copa do Mundo: vai limitar as autorizações de aterragens (pousos) e descolagens de aviões executivos. Uma medida que alguns parceiros do sector acham exagerada tendo em conta que no país, e em cada estado, existem muitos aeroportos que permitem a movimentação desse segmento do transporte aéreo.
A notícia foi dada na sexta-feira pelo presidente da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), Marcelo Guaranys, quando falava acerca do programa previsto de colocação de cerca de 1.000 inspectores na fiscalização dos aeroportos, que actuarão de acordo com legislação criada especialmente para este período, que prevê a limitação do movimento de aviões executivos aos ‘slots’ disponíveis no espaço aéreo local.
“É imprevisível”, disse Marcelo Guaranys, sobre o movimento da aviação geral. Referiu a propósito que a Alemanha e a África do Sul tiveram problemas de espaço para comportar a demanda da aviação geral durante as Copas de 2006 e 2010, respectivamente. “Mas só vai poder pousar com slot disponível. A segurança está em primeiro lugar”, afirmou Guaranys, após uma palestra no seminário ‘Infraestrutura de Transporte, Investimento e Regulação no Brasil’, realizado pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria de Base (ABDIB), na capital paulista.
O presidente da ANAC disse que a agência actua em duas vertentes para a Copa do Mundo: a fiscalização sobre as concessões aeroportuárias e o planeamento aéreo durante o evento. “Estamos monitorizando 88 aeroportos dentro da estrutura da Copa”, contou.