Brasileiros protestam contra encerramento do Museu da TAM

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O Museu da TAM, repositório da vida da atual maior companhia aérea brasileira e da aviação em geral, no Brasil e no mundo, fechou portas na sexta-feira, dia 29 de janeiro, noticia na sua edição online a revista especializada em assuntos de aviação e aeronáutica ‘Aeromagazine’.

Inaugurado em 2010, o museu contava com um acervo de 90 aeronaves, além da reserva técnica, assim como diversos itens que retratam a história da aviação no Brasil e no mundo.

Fruto do sonho dos irmãos Rolim e João Amaro, o museu surgiu com a proposta de manter um importante acervo em plenas condições de voo. Entre as aeronaves expostas estão os icónicos Supermarine Spitfire, Vought F4U Corsair, Republic P-47 Thunderbolt, Messerschmitt Bf 109, MiG -21, Dassault Mirage III, Lockheed Constellation e Fokker 100.

A revista justifica o encerramento do Museu da TAM com a escalada da crise económica e política no Brasil, nomeadamente os prejuízos financeiros do Grupo LATAM Airlines, dono da TAM desde 2014, e, por via desta situação, responsável pela manutenção do museu. Os custos mensais da estrutura museológica eram de cerca de 300.000 reais, o que estava a tornar-se muito oneroso para as contas do grupo, tendo em conta até que é a baixa de passageiros nos voos nacionais da TAM Linhas Aéreas que tem contribuído para a quebra nas contas da LATAM.

Além disso, refere a publicação brasileira, o grupo aéreo latino-americano vinha estudando utilizar o espaço dedicado ao museu como extensão das oficinais de manutenção. O sítio aeroportuário de São Carlos, no interior do Estado de São Paulo, abriga o principal centro de manutenção do grupo, podendo no futuro receber oficinas dedicadas aos novos Airbus A350 XWB e Boeing 787 Dreamliner.

Desde há algum meses que tem sido encarada a hipótese do Museu da TAM ser transferido para outro local. Representantes dos fundadores e responsáveis pela manutenção do museu têm se reunido com vista a encontrar uma solução que satisfizesse ambas as partes. Mas sem resulatdos à vista. Alguns “importantes membros da sociedade aeronáutica vêm discutindo a transferência das instalações para o Aeroporto de Campo de Marte, na cidade de São Paulo”, destaca a ‘Aeromagazine’.

“O projeto conta com a simpatia do Comando da Aeronáutica, que estuda ceder parte da área que possui para a construção do edifício, que poderá abrigar todo o atual acervo e eventuais novas aeronaves incorporadas. Porém, a Prefeitura de São Paulo mostra-se relutante quanto ao projeto. Um dos motivos é a disputa pela propriedade do terreno onde se encontra o Aeroporto do Campo de Marte”, escreve a revista no seu despacho online e que termina com ainda alguma esperança para todos quantos defendem a continuidade do Museu: “Por ora, o museu não tem data para retomar suas atividades”.

 

Contestação cresce nos meios aeronáuticos e das viagens

A notícia do encerramento do Museu da TAM está a criar nas redes sociais e blogs de entusiastas da aviação um movimento de contestação e repúdio. Diversos posts alegam falta de respeito pela memória dos fundadores da companhia aérea brasileira, criada e dinamizada pelo comandante Rolim Amaro no início da década de setenta do século passado. A TAM – Transportes Aéreos Regionais sucedeu em 1975 è empresa TAM – Táxi Aéro de Marília que tinha sido criada no Estado do Paraná, em 1961 com uma frota de monomotores. Mas em 1972 já o comandante Rolim tinha se associado ao projeto que resultaria na expansão e crescimento da marca como companhia aérea de maior dimensão.

Museu TAM Claudio Magnavita_Facebook 400px

Foi assim o início da TAM da era dos irmãos Rolim e João Amaro. O caminho fez-se com muito trabalho sempre apoiado pelo empenho e a tenacidade da valorosa equipa que conseguiram reunir à sua volta.

O jornalista Cláudio Magnavita, diretor do ‘Jornal de Turismo’ e membro do Conselho Nacional de Turismo do Brasil, publicou um post na sua página de Facebook, que expressa bem a revolta de grande parte dos barsileiros que se interessam pela aviação e pelas viagens no seu País. Depois de entre exclamativas referir que a atuação da LATAM é “um crime”, escreve Cláudio Magnavita:

«O Comandante Rolim deve estar se revirando na tumba com a notícia. A venda da TAM aos chilenos deveria ter preservado a memória da aviação brasileira.

 Como a própria marca TAM vai desaparecer, o fechamento do museu é apenas uma filigrana neste jogo empresarial. “Às favas a memória da aviação brasileira” parece ser o recado que o grupo passa. Construído pela paixão do Rolim pela preservação da história da aviação, o fim do museu merece uma reação pública de repúdio de todos que amam a aviação!»

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