A British Airways deverá cortar até 12.000 empregos como parte de um plano de reestruturação que está a ser tutelado pelo International Airlines Group (Grupo IAG), que controla a companhia de bandeira britânica e outras companhias europeias, nomeadamente as espanholas Iberia, Iberia Express, Level e Vueling, e a irlandesa Aer Lingus, num total de cerca de 600 aviões que voam para 280 destinos em todo o mundo.
O grupo ainda está a ultimar o seu plano de recuperação, que inclui, milhares de despedimentos, mas a agência de notícias ‘France Press’ adiantou nesta terça-feira, dia 28 de abril, que os maiores consequências serão ao nível da British Airways, onde poderá atingir 12.000 dos seus 45.000 trabalhadores.
A procura por viagens de e para o Reino Unido levará alguns anos a recuperar os números de 2019, não só pelo ambiente de desconfiança e medo que se criou em todo o mundo, mas sobretudo pelo impacto da pandemia no país, que já ultrapassou os 21.600 mortos em consequência da infeção provocada pelo novo coronavírus.
Os resultados preliminares do Grupo IAG no primeiro trimestre deste ano mostram que as receitas caíram 13 por cento para 4,6 mil milhões de euros, e os resultados operacionais antes de impostos apontam para um prejuízo de 535 milhões de euros, contra os 135 milhões de lucro no mesmo período de 2019.
O Grupo IAG também aponta como fatos determinantes para a redução de pessoal ter reduzido em 94% a sua capacidade de transporte nos meses de março e abril deste ano, comparativamente aos mesmos meses no ano passado.
A atitude do IAG, nomeadamente ao nível da British Airways, está a provocar a revolta do sindicato britânico dos pilotos de linha aérea (BALPA). Há poucas semanas, responsáveis da companhia tinham dito que a British Airways iria resistir, pois era rica suficiente para resistir à pandemia de covid-19 e recusaram qualquer apoio do Governo Britânico.
Brian Strutton, secretário-geral do sindicato, diz que o BALPA “não aceita esta solução e vai lutar para salvar todos os empregos dos pilotos”.
A EasyJet, companhia aérea de baixo custo, que ainda tem sede no Reino Unido, e que continua a ter uma situação financeira robusta e de folga de tesouraria foi menos arrogante e conseguiu negociar com o governo de Londres e a banca britânica um empréstimo de 600 milhões de libras esterlinas.
A Virgin Atlantic, outra companhia britânica, que concorre com a British em algumas rotas intercontinentais também está disposta a negociar com o Governo de Boris Johnson e a banca britânica um pacote financeiro, única hipótese de poder voltar a voar, segundo já reconheceu o multimilionário Sir Richard Branson, fundador e controlador da companhia aérea.