A British Airways reiniciou nesta segunda-feira, 11 de Maio, uma operação regular entre os aeroportos de Londres/Gatwick e da Madeira, ilha portuguesa no Atlântico, muito conhecida no Reino Unido pela sua tradição turística de 200 anos e, nomeadamente, pelo vinho generoso que produz, que tem sido um produto regional de fama mundial, transversal a várias gerações.
A companhia britânica retoma assim os voos regulares para a ilha, mais de sete anos depois de ter abandonado a rota, que fazia com a companhia franchisada GB Airways, que foi comprada pela EasyJet, em Outubro de 2007, por cerca de 150 milhões de euros, deixando de existir em 29 de Março de 2008. As rotas e os respectivos slots passaram a ser utilizados pela companhia de baixo custo britânica, que hoje é a segunda companhia aérea mais importante no Aeroporto Internacional da Madeira, em movimento de passageiros, com voos de Lisboa e do Reino Unido.
A British Airways começa a operação com três voos semanais. A partir de Junho e até final de Setembro terá cinco voos por semana. A programação prevista para o período de Inverno IATA de 2015-2016 é de quatro voos semanais.
A procura de lugares nos voos da companhia britânica para a Madeira está a ultrapassar as próprias expectativas da British, o que facilmente se compreende, pois a TAP que tinha um voo diário de Londres para a Madeira deixou de o fazer no final de Março, alegando dificuldades operacionais. Contudo, acredita-se que a TAP volte a activar esta rota no próximo período de Inverno.
O mercado britânico é o segundo da lista de origem dos passageiros do Aeroporto da Madeira, representado cerca de 19% dos passageiros processados e com um crescimento em 2014 de 6.6%. A este cenário acrescem, a partir de agora, mais de 30.000 lugares no Verão de 2015 e mais de 25.000 no próximo Inverno, diz um comunicado da ANA Aeroportos de Portugal.
Esta é uma operação que conta com o apoio do Turismo de Portugal, da Associação de Promoção da Madeira e da ANA – Aeroportos de Portugal, S. A. Na cerimónia de receção do voo inaugural, que contou com a presença de Eduardo Jesus, secretário regional da Economia, Turismo e Cultura “ficou claro o significado da operação da British Airways para a Madeira, não apenas pelo que representa em termos de acréscimo de oferta de lugares mas também pelo prestígio e notoriedade que confere ao Destino Madeira” destaca a nota de imprensa.
Eduardo Jesus falando aos jornalistas após a chegada do voo da British, destacou o que considerou ser “um importante reforço na operação junto do mercado britânico que permite reequilibrar a oferta que foi fortemente atingida com o recuo da TAP”.
“Só no primeiro ano de operação, prevê-se que a companhia possa transportar, de e para a Madeira, perto de 42 mil passageiros”, numa oferta que, até o Inverno de 2017, deverá rondar os 127 mil lugares, sublinhou o governante.
A British não atenderá apenas o tráfego de turistas. Também o importante segmento da emigração sairá beneficiado, já que a Madeira tem uma importante comunidade na República da África do Sul que, anualmente, produz entre 4.000 a 5.000 passageiros/ano nos dois sentidos, segundo agentes de viagens locais. São pessoas que desde há alguns anos são obrigadas a viajar em voos da British de Joanesburgo, Cidade do Cabo e Durban até Londres, e depois embarcar em novo avião da British para Lisboa. Na capital portuguesa vinham para a Madeira pela TAP. Agora evitam uma segunda escala em Lisboa, e a garantia e comodidade de despacharem a bagagem direta para a ilha da Madeira, em voo British Airways.
Fato assinalável nesta reentrada da British Airways na Madeira é o do serviço de handling ter sido contratado à empresa ‘Portway’, quando em Lisboa a companhia britânica trabalha com a ‘Groundforce Portugal’. Segundo conseguimos apurar a escolha foi feita por responsáveis da companhia britânica depois de terem feito uma visita de inspecção ao Aeroporto da Madeira na qual ficaram melhor impressionados com a forma de trabalhar da ‘Portway’.
