Todos os passageiros que viajaram na companhia britânica Monarch, que declarou falência nesta segunda-feira, dia 2 de outubro, poderão regressar ao Reino Unido sem custo adicional em voos fretados pelas autoridades do país, independentemente da nacionalidade, informou a Autoridade de Aviação Civil (CAA – Civil Aviation Authority).
De acordo com a legislação em vigor a CAA fretou cerca de 30 aeronaves comerciais, que vão operar nas próximas duas semanas para transportar os passageiros afectados, incluindo portugueses que tenham usado a Monarch Airlines para se deslocar a Portugal, onde a companhia britânica voava para os aeroportos de Lisboa, Porto, Madeira e Faro/Algarve.
“A CAA vai transportar qualquer pessoa com bilhete marcado para a Monarch, independente da nacionalidade”, garantiu a presidente da entidade reguladora, Deirdre Hutton, numa conferência de imprensa por telefone, na manhã desta segunda-feira.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico ainda não possui dados sobre o número exato de portugueses afectados pela insolvência da transportadora britânica.
“Para as pessoas que estão no estrangeiro, todos os que iriam viajar nas próximas duas semanas vão poder regressar ao Reino Unido sem custo adicional, o mais próximo possível da hora, provavelmente no espaço de duas horas do seu horário original”, disse Deidre Hutton.
Para aqueles com alguns dias de férias ou estada em Portugal, o conselho é que “que permaneçam no seu hotel, gozem o resto das suas férias porque não precisam de interromper a estadia”.
Os passageiros da Monarch que estão atualmente no estrangeiro devem aceder à nova página electrónica da companhia [https://monarch.caa.co.uk/] para encontrar a informação sobre os novos voos, com o número e hora de partida, que deverá ser dada com 48 horas de antecedência.
Todas as restantes viagens marcadas com a Monarch foram canceladas, devendo as pessoas evitar deslocar-se aos aeroportos, podendo aceder ao mesmo endereço para saber o que fazer a seguir.
Ao todo, estima-se que cerca de 110 mil passageiros da Monarch estejam atualmente no estrangeiro, em diferentes localidades da Croácia, Chipre, França, Gibraltar, Grécia, Israel, Itália, Portugal, Espanha, Suécia e Turquia.
Passageiros portugueses que estão no Reino Unido desprotegidos
Os voos de resgate fretados pela CAA não contemplam os passageiros portugueses, por exemplo, que viajaram para aeroportos do Reino Unido. As ligações previstas feitas pelos aviões fretados, ao abrigo da legislação britânica existente para o colapso de uma companhia certificada e com licença ATOL, como é o caso da Monarch Airlines, apenas prevê o regresso dos passageiros ao Reino Unido, sejam eles britânicos ou de outras nacionalidades.
A Monarch Airlines declarou insolvência após falhar a renovação da licença para vender viagens e pacotes de férias no estrangeiro devido a problemas financeiros (LINK notícia relacionada).
Os recentes ataques terroristas no Egipto e na Tunísia e a redução da procura de viagens para a Turquia por causa da insegurança na região são considerados a causa principal da quebra de receitas, justificou, numa carta aos funcionários, o presidente executivo, Andrew Swaffield.
Outro factor foi a redução das margens de lucro nos bilhetes para outros destinos como Espanha e Portugal, que representavam 80% da operação da Monarch.
“Este ano, a companhia transportou mais 14% de passageiros do que no ano passado mas teve uma receita líquida inferior em 100 milhões de libras (113 milhões de euros)”, afirmou.