Cabo Verde Airlines prevê quintuplicar faturação até 2023

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A Cabo Verde Airlines, privatizada em março passado, prevê facturar quase 82 milhões de euros este ano, valor que espera quintuplicar até 2023, para 422 milhões de euros, segundo as projeções da companhia aérea.

Os dados, a que a agência portuguesa de notícias ‘Lusa’ teve acesso, constam da informação institucional preparada no âmbito da venda, a emigrantes, de 74.650 ações (cerca de 7,65% do capital social) na posse do Estado cabo-verdiano da antiga empresa Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV), entretanto transformada em Cabo Verde Airlines (CVA), com a venda de 51% aos islandeses da Icelandair.

De acordo com os mesmos dados, a administração da CVA prevê facturar mais de 9.015 milhões de escudos (81,9 milhões de euros) em 2019, valor que deverá subir para 23.473 milhões de escudos (213,2 milhões de euros) em 2020 e para mais de 46.450 milhões de escudos (422 milhões de euros) em 2023.

A previsão da companhia para o EBIDTA (resultado líquido de impostos e que serve para aferir a competitividade e eficiência de uma empresa) ainda é negativo para 2019, em 3.485 milhões de escudos (31,6 milhões de euros). Contudo, a partir de 2020, a previsão é que chegue a valores positivos, começando em 914 milhões de escudos (8,3 milhões de euros) e até 3.491 milhões de escudos (31,7 milhões de euros), em 2023.

Os dados disponibilizados aos investidores refletem ainda a facturação da empresa no primeiro semestre de 2019, que passou de 439.181 dólares (402 mil euros) na primeira semana do ano (antes da privatização) para mais de 1,6 milhões de dólares (1,4 milhões de euros) na última semana de Junho.

A ‘Lusa’ noticiou na terça-feira, dia 1 de outubro, que o Governo cabo-verdiano espera encaixar quase um milhão de euros com a venda de 7,65% das acções da antiga companhia aérea estatal junto da diáspora, processo que arrancou no dia 30 de Setembro.

De acordo com o anúncio feito pelo vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças de Cabo Verde, Olavo Correia, a venda das 74.650 ações da antiga TACV, cada uma a um preço unitário de 1.457 escudos (13 euros), vai decorrer até 16 de Dezembro de 2019.

No total, com este pacote de ações, equivalente a 7,65% da estrutura acionista, o Governo cabo-verdiano espera arrecadar até 108.765.050 escudos (986 mil euros).

“Com isto, o Governo está a cumprir com mais esta importante etapa no processo de privatização da TACV”, afirmou Olavo Correia, recordando que nas fases anteriores da privatização da companhia foi feita a alienação da maioria do capital a um parceiro estratégico e posteriormente realizada a venda de ações aos trabalhadores.

“Certamente a venda à diáspora também o será. A nossa diáspora sempre teve um papel importante no trajeto de Cabo Verde. Merece esta oportunidade”, afirmou o governante.

O processo faz parte da reestruturação da antiga TACV, em que a primeira iniciativa foi a venda de 51% das ações da empresa aos islandeses da Icelandair, passando a chamar-se Cabo Verde Airlines.

O Estado de Cabo Verde passou a deter 49% das ações, e optou por vender 10% aos trabalhadores e aos emigrantes cabo-verdianos, num total de 100 mil ações, e os restantes 39% a investidores institucionais (390 mil ações).

Um total de 91 trabalhadores da antiga transportadora aérea pública cabo-verdiana tornaram-se acionistas da empresa, numa operação que aconteceu pela primeira vez, enquadrada no processo de reestruturação da agora privada Cabo Verde Airlines.

Segundo o anúncio feito em 20 de setembro, em conferência de imprensa realizada na cidade da Praia, pelo secretário de Estado das Finanças cabo-verdiano, Gilberto Barros, a venda das ações aos trabalhadores da CVA foi iniciada a 1 de julho e concluída a 1 de setembro.

Segundo o governante, a venda direta aos 91 trabalhadores foi feita através da Bolsa de Valores de Cabo Verde, num total de 25.350 ações – equivalente a 2,65% do total –, a um preço de 1.457 escudos cada (13 euros), sendo que os trabalhadores tiveram direito a um desconto de 15% em cada ação.

O encaixe financeiro para o Estado foi de 31,4 milhões de escudos (284,8 mil euros), contabilizou Gilberto Barros, indicando que o número de trabalhadores que adquiriram ações corresponde a menos de 30% do total dos cerca de 320 funcionários.

Até ao final do ano garantiu que serão vendidos os 39% de ações do capital social da empresa aos investidores institucionais, num processo em que neste momento a procura é muito superior à oferta, pelo que vai ser realizado por meio de leilão competitivo.

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