O Governo da República de Cabo Verde não vai conceder isenções à TAAG – Linhas Aéreas de Angola que ameaça acabar com os voos entre Luanda e a Cidade da Praia, por ser uma linha não rentável, apurou a agência panafricana de notícias PANApress de fonte segura.
Em declarações à rádio ‘Voz da América’, no início do corrente mês de novembro, o chefe do Governo cabo-verdiano descartou também a possibilidade de subsidiar os voos da TAAG entre as capitais dos dois países, com escala em São Tomé (República de São Tomé e Príncipe), alegando que a transportadora aérea cabo-verdiana (TACV) , já dá “problemas que bastem”.
No entanto, Ulisses Correia e Silva não fecha a porta a outras saídas no âmbito das relações entre os dois países.
O chefe do Governo cabo-verdiano afirmou ainda que o seu Executivo não recebeu ainda qualquer informação oficial sobre a decisão da administração da TAAG. No entanto, admitiu ter já acionado canais próprios para resolver a questão, sem explicar quais.
A imprensa angolana e portuguesa noticiou no final do mês de outubro que o gestor da TAAG, Peter Hill, apontou Luanda-Cidade da Praia como sendo uma das rotas menos rentáveis operadas pela companhia aérea angolana.
“Há certas rotas que não têm sido tão rentáveis quanto gostaríamos que fossem. O voo para Cabo Verde, por exemplo, leva 5,5 horas no meio do Oceano Atlântico. É uma rota muito cara, pois custa-nos 2,5 milhões de dólares por ano, para transportar apenas, em média, 20 pessoas por voo”, apontou Peter Hill numa entrevista ao jornal angolano ‘Valor Económico’.
“Falando claramente, não podemos dar-nos a esse luxo. Então, Cabo Verde vai sair da programação”, precisou o Britânico que, ao serviço da Emirates, assumiu a gestão da companhia aérea angolana, no âmbito de um acordo assinado entre a transportadora aérea do Dubai e o Governo angolano.
No entanto, ele admitiu que a decisão pode não ser final, desde que haja subsídios ou uma manifestação de interesse por parte do Governo angolano em manter a ligação entre Luanda e Praia. “Claro, que se o Governo nos disser: ‘queremos que mantenha o voo e estamos preparados para subsidiá-lo’, nós aceitaremos”, explicou.
Peter Hill admitiu também que Cabo Verde pode ter uma palavra a dizer para reverter esta decisão da TAAG.
“Se o Governo de Cabo Verde disser: “vamos dar-vos concessões, reduzir as taxas de aterragem, o custo do combustível, etc, etc, se chegarmos a algum tipo de assistência, vamos continuar a rota como um serviço público. Mas, até lá, as pessoas que me desculpem, a empresa tem de ganhar dinheiro”, advertiu Peter Hill.