Cancelamento de voos reflete-se nas receitas da Groundforce

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A Groundforce Portugal estima perder cerca de 300 mil euros por mês em receitas com os cancelamentos de voos em dezembro e já projetados para janeiro, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava).

Em comunicado, a estrutura sindical deu conta de uma reunião com “os administradores de insolvência da SPdH/Groundforce” para “fazer o ponto da situação em que a empresa se encontra”. De acordo com o Sitava, “a situação de tesouraria está estabilizada, tendo entrado (ou estando prestes a entrar) em caixa cerca de seis milhões de euros em receita extraordinária”.

Esta receita inclui 2,8 milhões de euros de “excedente do Fundo de Pensões”, depois de autorização por parte do regulador, 1,6 milhões de euros de “acerto de IVA decorrente do regresso da titularidade dos equipamentos à SPdH” e 1,5 milhões de euros, referentes ao “novo modelo de apoio a que a empresa aderiu no ano passado (Novo Incentivo à Normalização da Atividade Empresarial)”.

“Ainda assim, com os cancelamentos de dezembro e os já projetados para janeiro relacionados com o impacto da covid, a empresa estima perder cerca de 300 mil euros, por mês, em receita”, lê-se na mesma nota, em que o Sitava garantiu que “não obstante a situação pandémica complicada que ainda vivemos, as perspetivas de tesouraria para os próximos meses são positivas”.

O sindicato revelou ainda que “devido ao recurso que ainda decorre sobre a sentença da insolvência, o plano de recuperação não pode ser elaborado nem votado, sendo previsível que esta situação se arraste mais alguns meses”.

De acordo com o Sitava, continuam, ainda assim, “a decorrer negociações/auscultações a interessados na SPdH/Groundforce, podendo haver uma definição no primeiro trimestre de 2022”.

“Recordamos que a Comissão de Credores aprovou por unanimidade um acordo entre a SPdH/Groundforce e a TAP com vista ao abandono mútuo da litigância que havia entre as partes e simultaneamente a recuperação da titularidade imediata dos equipamentos por parte da SPdH, sendo que a TAP ficará com um crédito correspondente ao valor da venda e uma percentagem das rendas vencidas”.

O Sitava sublinhou que “esse crédito será qualificado como crédito de natureza comum, não se sobrepondo assim aos créditos dos trabalhadores”.

No dia 22 de setembro, os credores da Groundforce, reunidos em assembleia de credores, no tribunal de Monsanto, Lisboa, aprovaram a recuperação da empresa, tal como sugeriam os administradores de insolvência, disse fonte sindical à agência de notícias ‘Lusa’.

A maioria dos credores representada na assembleia tem créditos laborais, ou seja, são trabalhadores. Estão ainda representados os maiores credores do grupo de ‘handling’ (assistência nos aeroportos em terra).

A lista de credores da Groundforce, compilada durante o processo de insolvência da empresa, conta com 2.791 entidades, num total de mais de 154 milhões de euros, sendo que a TAP viu reconhecidos créditos de quase 19,7 milhões de euros.

 

  • Notícia distribuída pela agência portuguesa de notícias ‘Lusa’

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