Os aviões de passageiros do futuro serão mais leves, mais eficientes e mais rápidos porque não terão janelas, prevê Tim Clark, presidente executivo da Emirates. Clark diz que os ecrãs que imitam janelas e transmitem imagens em direto serão substitutos efetivos para as janelas reais.
Já surgiram no mercado algumas propostas de aeronaves sem janelas, que, no entanto, enfrentaram algum ceticismo ou foram vistas como demasiado futuristas.
Em 2014, a Spike Aerospace anunciou o ‘Spike S-512’, um jato privado com uma cabina sem janelas que projetava imagens do exterior em ecrãs embutidos nas paredes, criando vistas panorâmicas. Agora, esta ideia está sendo promovida pelo presidente de uma das maiores companhias aéreas do mundo.
Numa entrevista disponível a bordo dos aviões da Emirates, Clark foi questionado sobre as “aeronaves do futuro”, mais especificamente daqui a 15 ou 20 anos. Ele disse não acreditar que os grandes jatos comerciais consigam atingir velocidades supersónicas em breve, mas que estes não terão janelas num futuro previsível.
“Do lado de fora, parece não haver janelas, mas dentro da cabina haverá uma exibição completa do exterior. Usaremos a tecnologia de câmaras de fibra ótica para a transmissão de imagens em alta definição, tal como fizemos nas suites de primeira classe.” As suites Center, lançadas durante o inverno, em alguns dos novos aviões da Emirates, têm “janelas virtuais”. Esta inovação vem provar que a tecnologia existe para tornar os aviões sem janelas viáveis.
Como afirma Clark, as janelas são, “um grande problema, em termos de estrutura e carga”. Estima-se que um avião com uma fuselagem que não precise suportar janelas tenha uma redução do seu peso em metade. Outras vantagens seriam uma maior integridade estrutural, maior leveza e consequentemente, melhor desempenho de velocidade e altitude e menor gasto de combustível.
Para que estes aviões sejam uma realidade, será preciso alterar muitas das regras, em vigor, na aviação mundial. As preocupações nesta matéria incidirão em alterações de procedimentos como a evacuação da aeronave em situações de emergência e terão influência no bem-estar ao longo da viagem, como a sensação de segurança, por parte dos passageiros.
A ser realidade, esta ideia terá de ser exaustivamente testada e estudada até ser aprovada pelas entidades reguladoras.
*Na imagem de destaque podemos ver um exemplo de uma cabina de Primeira Classe colocada no centro do corredor com janelas dissimuladas em ecrãs digitais que reproduzem ao vivo imagens captadas do exterior
Those @Emirates virtual windows are not a gimmick. Easily the coolest takeoff I’ve ever seen outside the cockpit. And I was sitting in a middle suite! pic.twitter.com/wFcte8hBSK
— Zach Honig (@ZachHonig) December 1, 2017