Os voos de teste do protótipo do primeiro avião comercial de grande porte desenvolvido na China, o Comac C919, deverão ser iniciados no próximo mês de abril, depois de sucessivos atrasos.
Philippe Petitcolin, presidente da Safran, uma das empresas ocidentais fornecedora do C919, anunciou na semana passada, à agência de notícias ‘Bloomberg’, que os voos de testes deveriam ser iniciados em abril.
Os esforços da China para desenvolver um segundo avião para impulsionar a competitividade económica e o prestígio da nação, está a ser concretizado de forma lentamente, sob a forma do C919.
Lançado em 2008, o programa C919 da Empresa Estatal de Aeronaves Comerciais da China (COMAC) sofreu uma série de contratempos que afastaram o seu primeiro voo e a data de entrega, originalmente prevista para 2014 e 2016, respetivamente. O Comac C919 foi desenvolvido para competir com o Boeing 737 e o Airbus A320, no mercado mundial.
Com capacidade para acomodar entre 156 e 168 passageiros, o C919 é um jato de fuselagem estreita (narrow-body), bimotor e corredor único. Tem 38,9 metros de comprimento, 35,8 m de envergadura e pode descolar com peso máximo de 77 toneladas.
O novo modelo chinês está equipado com motores a jato desenvolvidos pela fabricante franco-americana CFM Internacional, uma joint-venture entre a GE Aviation e a Snecma. Com esse conjunto, a COMAC espera que o avião alcance a velocidade de cruzeiro de 830 quilómetros por hora. Até final do ano passado havia registo de que 21 clientes manifestaram interesse em adquirir o novo avião de passageiros, com mais de 500 encomendas firmes. A construtora chinesa espera vender, pelo menos, 2.000 aparelhos num futuro próximo.
O preço de catálogo sugerido do C919 pela construtora aérea chinesa é de 68 milhões de dólares norte-americanos.