Companhia de bandeira do Irão vai comprar 127 aviões à Airbus

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O Irão prepara-se para ser protagonista de grandes negócios no sector da aviação comercial. Não só para as companhias aéreas de capitais públicos, como também outras de iniciativa privada, cujas frotas necessitam urgentemente de novos aparelhos.

Analistas internacionais, corroborando indicações governamentais, estimam que o Irão encomende até 2020 cerca de 500 aviões de diversas tipologias, que podem ser novos e usados, para modernização das suas companhias que até há poucas semanas estavam impedidas de adquirir equipamentos e peças sobressalentes nos países membros das Organização das Nações Unidas, devido à imposição de sanções económicas ao país, devido ao dossiê nuclear.

Resolvida a questão, e levantados os embargos, o Irão reaparece no mercado, com apetência para comprar, e mais importante que isso, segundo reconhecidos analistas financeiros, com dinheiros para gastar.

No fim-de-semana passado realizou-se em Teerão a Cimeira da Aviação do Irão 2016 (‘Iran Aviation Summit’) uma iniciativa da empresa de consultadoria internacional em aviação ‘CAPA – Centre for Aviation’, a primeira conferência internacional sobre aviação realizada no país desde há várias décadas. Nela participaram cerca de 400 delegados e representantes de companhias aéreas, aeroportos, construtoras aeronáuticas, empresas de leasing, GDS e fornecedores de tecnologia e sobressalentes de aviões, bem como de empresas de engenharia e manutenção de aeronaves.

Usando da palavra na cimeira ministros do Governo de Teerão apontaram que a Iran Air, companhia nacional do país, constituída por capitais públicos, tem já um projeto de desenvolvimento a dez anos que inclui a aquisição de algumas dezenas de aviões fabricados pela Airbus e pela ATR.

O responsável pelo Aeroporto Internacional Imã Khomeni/Teerão apontou também que irá fazer obras e expandir-se na tentativa de tornar-se um dos grandes hubs da Ásia Ocidental, tendo a Turkish Airlines mostrado grande interesse pelo aumento dos voos para o país, onde se aguarda uma grande dinamização dos fluxos turísticos sobretudo de países do Médio Oriente e da Bacia do Mediterrâneo.

Em todo o país existem 65 aeroportos com movimento comercial, mas apenas uma dezena apresenta condições ideais de operação, confessou o ministro das Estradas e do Desenvolvimento Urbano, Ashgar Fakhreih Kashan, que tem na sua tutela a administração dos aeroportos.

A infraestrtura de apoio à navegação aérea no Irão irá ser também modernizada e os responsáveis pela República Islâmica anunciaram que no seu plano incluíram 250 milhões de dólares para tal efeito.

 

Negócio com a Airbus inclui aviões A380 e A350 XWB

As negociações que têm decorrido com a fabricante europeia de aviões Airbus já chegaram a uma fase final e, nesta quarta-feira, dia 27 de janeiro, durante a visita do Presidente Hassan Rohani, poderá ser anunciada a aquisição de 127 aeronaves de transporte de passageiros e carga, em que se destaca oito Airbus A380, o popular ‘Super Jumbo’ europeu, e 19 Airbus A350 XWB, além de outras aeronaves A340, A330 e A320. As entregas serão coordenadas para ocorrerem já a partir deste ano e até 2022, com a condição da maior parte da encomenda estar entregue até ao fim desta década.

O ministro Ashgar Kashan disse ainda que está a ser negociada uma proposta de aquisição de 40 aviões ATR para voos regionais e domésticos que serão entregues à Iran Air nos próximos dois anos.

“Precisamos de 400 aeronaves de longo curso e de 100 aviões de curta distância”, anunciou por seu lado o ministro dos Transportes. A República Islâmica do Irão tem na sua frota comercial 256 aeronaves, das quais “150 estão atualmente operacionais (…), com uma média de idade de cerca de 20 anos”, disse o ministro. A entrada em vigor do acordo nuclear, há mais de uma semana, levou ao levantamento de uma grande parte das sanções internacionais, incluindo da União Europeia e, especialmente, dos EUA, que vigoravam há 36 anos, o que impediu o Irão de comprar novas aeronaves.

Há conversações com a Boeing que estão mais atrasadas, mas que resultarão certamente na aquisição de algumas dezenas de aviões. A imprensa internacional tem reportado ainda conversações com as fábricas Bombardier (Canadá) e Embraer (Brasil) que se dedicam ao segmento regional e que poderão também ganhar algumas encomendas para companhias mais pequenas, de iniciativa privada.

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