O Departamento de Transportes (DoT) da Administração Federal dos Estados Unidos da América anunciou nesta quarta-feira, dia 3 de junho, que as companhias comerciais da República Popular da China estão proibidas de realizar voos para o País a partir do final deste mês.
A decisão da Administração Trump é uma resposta, na mesma moeda, à proibição de Pequim, que não autoriza a retoma dos voos de companhias norte-americanas para os aeroportos chineses, na sequência do período pós-pandemia da covid-19.
Trata-se de uma disputa pela supremacia dos dois maiores mercados de aviação comercial. Observadores em Washington (EUA) acreditam que se trata de um medir de forças que não se manterá por muito tempo, pois em cada lado as companhias precisam de abertura para trabalhar e para responder aos milhares de passageiros e muitas toneladas de mercadorias que circulam diariamente entre estas duas potências mundiais.
Os EUA não têm acordo de Céu Aberto com a China e todo o relacionamento ao nível da aviação comercial e respetivas autorizações estão baseadas no acordo aéreo bilateral assinado pelos dois países em 17 de setembro de 1980 e subsequentes alterações ou emendas.
A Delta Air Lines e a United Airlines solicitaram já há algum tempo autorização para reiniciarem os voos para a China, interrompidos devido à pandemia, mas ainda não receberam qualquer resposta das autoridades chinesas. Ambas as companhias já disseram que apoiam as ações do Governo de Washington “para fazer valer os direitos das companhias de bandeira e para garantir justiça”.
É provável que a China pretenda algumas emendas no acordo aéreo, ou que se trate apenas do exercício de uma autoridade que lhe não pode ser negada, para mostrar força ao concorrente comercial norte-americano, mostrando também o seu desagrado por algumas recentes afirmações da parte do Presidente Donald Trump e de elementos da sua Administração.
O Departamento de Transportes dos EUA disse nesta quarta-feira, dia 3 de junho, que, se autoridade nacional de aviação chinesa “ajustar as suas políticas para trazer a necessária melhoria de situação para as companhias aéreas dos EUA”, estará totalmente preparado para cancelar a proibição dos voos das companhias chinesas, que se tornará efetiva já no próximo dia 16 de junho, para voos a partir do final do mês.
Em janeiro passado, as companhias aéreas americanas e chinesas operavam 325 voos por semana entre os dois países, informou o DoT.
- Notícia atualizada às 16h20 UTC