Companhias aéreas receiam o caos nos aeroportos portugueses no final do ano

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As companhias aéreas estão preocupadas com a greve dos trabalhadores do ‘handling’ e da segurança nos aeroportos portugueses entre o Natal e Ano Novo, apelando à ANA, entidade gestora das principais estruturas aeroportuárias do País, para que anuncie o plano para minimizar os efeitos da paralisação.

Os trabalhadores dos aeroportos das empresas de segurança ‘Prosegur’ e ‘Securitas’ vão fazer greve em 27, 28 e 29 de dezembro por ainda não haver acordo sobre o novo Contrato Coletivo de Trabalho.

“As companhias aéreas esperam que a ANA [Aeroportos de Portugal] anuncie antecipadamente o plano para minorar efeitos da greve, para poderem contactar os seus passageiros”, afirma o presidente da RENA – Associação das Companhias Aéreas, Paulo Geisler.

De acordo com o porta-voz das companhias aéreas que voam para Portugal, “não está em causa o direito à greve mas a perturbação da vida de milhares de pessoas numa época natalícia, sendo que para muitas pessoas é a única altura do ano em que veem a família”.

Neste sentido, “as companhias aéreas apelam ao bom senso e ao sentido de responsabilidade dos trabalhadores”, referindo que a greve se relaciona com o facto de não haver acordo sobre o novo Contrato Coletivo de Trabalho.

Esta paralisação coincide, em dois dias – 28 e 29 de dezembro – com a greve dos trabalhadores das empresas de handling ‘Groundforce’ e ‘Portway’, o que “poderá causar perturbações nos aeroportos portugueses entre o Natal e o Ano Novo”.

“O motivo avançado é o licenciamento ilegal da ‘Ryanair/Groundlink’ pela Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC)”, adianta Paulo Geiser, realçando que “as companhias aéreas não têm qualquer papel neste campo e nada podem fazer”.

Em declarações à agência noticiosa Lusa, o presidente da RENA realçou que as companhias estão “preocupadas com os ‘timings’, porque em conjugação com a greve dos trabalhadores de segurança pode impactar negativamente no tráfego numa altura crítica para famílias e para os portugueses”.

O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) emitiu pré-avisos de greve das 00h00 do dia 28 de dezembro às 24h00 de 30 de dezembro de 2016 para a ‘Groundforce’ e para a ‘Portway’, as duas principais empresas que fazem a assistência de pessoas e bagagem (handling) nos aeroportos nacionais.

“Esta paralisação é na defesa dos trabalhadores, das empresas e do setor, mas também do turismo e da economia nacional”, justifica o SITAVA nos pré-avisos de greve, apontando o dedo à Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), que acusa de ser responsável pelo “licenciamento ilegal da operação Ryanair/Groundlink” e pelo impasse que se vive na TAP.

Entretanto, foi também convocada uma greve na ‘Groundforce’ para 24 de dezembro, véspera de Natal, pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC).

 

Na semana passada o Governo Regional da Madeira alertou o Governo da República Portuguesa e os sindicatos envolvidos nestas greves para os prejuízos que poderão resultar para a Região Autónoma, que está desde já a sofrer com alguns cancelamentos de turistas que tinham feito reservas para a Passagem de Ano na ilha da Madeira, situação que poderá agravar-se nos próximos dias não existir uma solução. A Passagem do Ano é o período mais forte, em termos de afluência de turistas e de faturação, da hotelaria regional.

 

 

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