Após a indignação generalizada com a morte do leão Cecil, no Zimbabwe, por um dentista americano, duas companhias de aviação norte-americanas, a Delta e a American Airlines, adicionaram à lista de itens proibidos a bordo, os troféus de caça de animais de grande porte, noticia o jornal “Público”. Assim, estas companhias aéreas vão deixar de permitir o transporte de partes de corpos de elefantes, búfalos, rinocerontes, leões, ou leopardos. Nenhuma das empresas justificou a decisão, mas a Delta tinha vindo a ser alvo de uma petição para ilegalizar estes transportes. Várias outras companhias como a Lufthansa, a Qantas ou a Emirates já anunciaram também medidas semelhantes.
A morte do leão Cecil, um dos mais famosos do Zimbabwe, provocou uma onda de contestação global. O famoso mamífero foi atraído para fora do Parque Natural de Hwange, onde vivia protegido, por um isco, e depois atingido por um dentista do Minnesota, Walter Palmer, com uma flecha. Ficou ferido, mas só foi morto um dia depois por um caçador profissional. Palmer terá pago cerca de 50 mil dólares (45 mil euros) pela caçada, que disse julgar ser legal, mas Cecil tinha uma coleira com GPS e era monitorizado por cientistas. O Zimbabwe está a pedir a extradição de Palmer aos Estados Unidos. A caça a leões e outros grandes mamíferos é legal em alguns países africanos. O alto preço pago por um troféu de caça como este serve, normalmente, para financiar esforços de conservação das próprias espécies. Mas o impacto da actividade ainda é mal conhecido e tem vindo a preocupar cientistas e conservacionistas.