As companhias aéreas brasileiras, afinal, estão a afastar-se cada vez mais da compra da TAP. Numa altura em que o processo de venda da companhia aérea está a caminhar para o fim, Gol, Azul e Avianca negam interesse na compra da companhia aérea de bandeira.
A notícia foi divulgada ontem, em Portugal, pelo jornal online de economia ‘Dinheiro Vivo’, que junta opiniões de responsáveis de companhias aéreas brasileiras sobre a privatização da companhia aérea de bandeira portuguesa. Escreve então o jornal português:
«Do lado da Gol, Paulo Kakinoff, presidente da companhia, diz taxativamente que não vai entregar uma proposta vinculativa para a compra da empresa de aviação portuguesa. “Retirámos os documentos para entender o processo. Mas neste momento estamos focados na operação brasileira”, afirmou durante um evento em São Paulo, cita o Valor Econômico.
Também Gérman Efromovich, que era apontado como interessado repetente no processo, diz que a vontade de comprar a companhia já ficou para trás. “Nós tínhamos interesse lá atrás, mas hoje a empresa é outra e não temos interesse”, adiantou o empresário brasileiro-colombiano, que participou sozinho na última fase do processo, em 2012.
Para completar o afastamento das companhias aéreas brasileiras, junta-se a Azul, com o presidente a dizer que “no atual quadro, não há a menor possibilidade de fusão entre a Azul e a TAP”, cita o Valor Econômico.
O Dinheiro Vivo questionou o Ministério da Economia relativamente a estas notícias, no entanto, fonte oficial não quis prestar quaisquer esclarecimentos. O Governo tem como meta para divulgação do andamento do processo, o dia 15 de maio, altura em que os candidatos já terão apresentado as suas ofertas vinculativas.
O processo de venda da TAP abriu em novembro do ano passado e, neste momento, os candidatos já assinaram um documento de confidencialidade que lhes permitiu aceder ao caderno de encargos e dados financeiros da empresa.
Nesta fase, quem está na corrida pode pedir mais esclarecimentos sobre o andamento do processo e, terá até 15 de maio para apresentar um projeto estratégico ou financeiro. Será a partir destas propostas que o Governo poderá escolher o vencedor.
O site Panrotas já tinha avançado que o Governo português assinou sete acordos de confidencialidade e que estas companhias brasileiras figuravam entre os interessados. Os restantes candidatos seriam grupos financeiros criados para entrar no processo.
Se a saída da Gol, Avianca e Azul se confirmar, o Governo português poderá ficar a braços com um dejá-vu de 2012. Naquele ano, houve vários interessados no início do processo, entre eles o Grupo dono da British Airways (IAG Group) e a Lufthansa. No entanto, o processo terminou com apenas uma proposta vinculativa feita por Gérman Efromovich. E, no fim das contas, a TAP ficou onde sempre esteve: nas mãos do Estado português.»
- A matéria é da autoria da jornalista Ana Margarida Pinheiro