Aeroporto civil em Beja – Cinco anos com pouco movimento

Data:

https://arabaviationsummit.net/spot_img

O Aeroporto de Beja, situado no Alentejo, no Sul de Portugal, assinala nesta quarta-feira, dia 13 de abril, cinco anos de entrada em funcionamento como estrutura civil, aberta à aviação comercial. O Governo Português investiu na antiga base da Força Aérea Portuguesa (Base Aérea nº 11) cerca de 33 milhões de euros, para dotar a estrutura dos meios e equipamentos que permitem às companhias aéreas, nacionais ou estrangeiras, utilizar o aeroporto sem restrições.

O Aeroporto de Beja tem duas pistas de serviço, uma com 3.450 metros de extensão e outra com 2.951 metros, tendo ocorrido o primeiro voo comercial no dia 13 de abril de 2011. Foi feito com um Boeing 757-200 da TACV – Transportes Aéreos de Cabo Verde, que realizou um voo de Beja para a ilha de São Vicente, numa viagem promovida por uma autarquia alentejana.

Contudo, “apesar dos esforços efetuados, a diminuta procura por parte da aviação comercial levou a repensar a atividade deste Aeroporto e a vocacioná-lo para outro tipo de operação”, refere uma nota de imprensa distribuída nesta quarta-feira pela ANA Aeroportos de Portugal, a quem está cometida a gestão da estrutura aeroportuária.

Assim, a ANA tem apostado na implantação de atividades de natureza industrial naquela infraestrutura, capazes de gerar investimentos e criar postos de trabalho, nomeadamente a manutenção e desmantelamento de aeronaves e o estacionamento de aeronaves de média-longa duração.

Como resultado desta estratégia, a ANA e a AERONEO formalizaram, em 31 de Julho de 2015, a assinatura de uma Licença de Ocupação e Exploração que visa a construção e exploração de uma unidade industrial no perímetro do Aeroporto de Beja destinada à manutenção, desmantelamento e certificação de componentes recuperáveis de aeronaves. O investimento programado e publicamente anunciado nesta nova unidade industrial ascende a cerca de 8 milhões de euros e poderá proporcionar a criação até cerca de 100 postos de trabalho, sendo que se prevê a sua entrada em pleno funcionamento dentro de três anos. Este projeto estruturante, cujas obras se espera sejam iniciadas em breve, terá um impacto significativo na região do Alentejo

Hi Fly A340-500 AeroBeja JorgeDiogo 900px
O primeiro avião de longo curso da Hi Fly que aterrou no Alentejo, no início das operações de utilização do Aeroporto de Beja, foi um Airbus A340-500, no dia 13 de janeiro deste ano. Foto: Jorge Diogo.

Companhias portuguesas estacionam aviões em Beja

A ANA também tem vindo a desenvolver esforços para que Beja se afirme no segmento do parqueamento de aeronaves, esforços esses que começaram a apresentar resultados no início de 2016 com a presença da companhias aéreas portuguesas Hi Fly, Euro Atlantic Airways e SATA Azores Airlines.

Atualmente, o Aeroporto de Beja constitui-se como a base de operações da frota de aeronaves wide body da Hi Fly, sendo que tem garantido, desde Janeiro, o estacionamento de 3 a 5 aeronaves que utilizam diariamente a infraestrutura como plataforma giratória entre operações, incluindo atividades de suporte, nomeadamente de manutenção. Em resultado de tudo isto, a companhia já procedeu a recrutamentos na região.

Mais recentemente, a 28 de março, iniciaram-se as operações da Euro Atlantic Airways com o estacionamento de duas aeronaves B767-300, sendo que esta companhia propõe-se basear parte da sua frota de aeronaves Boeing 767 nesta infraestrutura.

A SATA Azores Airlines utilizou a infraestrutura para estacionar uma aeronave por um período aproximado de duas semanas.

 

Adicionalmente, e na sequência da estratégia de forte dinamização comercial que a ANA tem vindo a desenvolver para o segmento de estacionamento de média-longa duração na infraestrutura aeroportuária do Alentejo, estão em curso contatos com outras companhias aéreas, que poderão vir a apresentar resultados positivos no curto prazo.

 

Combustível para aviões mais barato em Beja

Na mesma linha de ação, a ANA Aeroportos de Portugal, SA e a Galp Energia celebraram este ano um acordo que permitiu baixar o preço do combustível de aviação no Aeroporto de Beja, tornando assim esta infraestrutura mais competitiva. Com este acordo, o preço do combustível Jet A1 no aeroporto de Beja passa a ser idêntico ao preço praticado no Aeroporto de Lisboa. Ainda neste âmbito, e por via da gestão otimizada da infraestrutura, a ANA vai investir, no decorrer de 2016, na construção de novas instalações para o parqueamento das viaturas de abastecimento de combustível Jet A1, tendo em vista a melhoria significativa das condições atualmente existentes.

 

O Aeroporto de Beja (TCB) é um investimento estratégico, não só para a região do Alentejo, como também para o País e para a ANA. Estas iniciativas revelam a aposta da empresa na sua dinamização, comprovam a eficácia da estratégia que a entidade gestora tem seguido e garantem não só a sua sustentabilidade futura, como a criação indireta de emprego sustentável.

Compartilhar publicação:

REGISTE-SE

spot_img

Popular

spot_img

Mais como isso
Relacionado