Contas do Grupo SATA apresentam dívida “profundamente desequilibrada”

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A dívida da SATA Air Açores, companhia aérea portuguesa com sede na Região Autónoma dos Açores, agravou-se 438,8% entre 2009 e 2013, passando de 22,8 para 123 milhões de euros, segundo revela uma auditoria do Tribunal de Contas de Portugal (TdC), divulgou nesta quarta-feira, dia 27 de janeiro, a agência de notícias Lusa.

O documento a que a agência teve acesso revela que, nos finais de 2013, aquela empresa do grupo SATA encontrava-se “profundamente desequilibrada”, sendo a dívida financeira de curto prazo de 73,2 milhões de euros.

Na mesma altura, a estrutura de capitais da SATA Air Açores encontrava- se também “profundamente desequilibrada, com um grau de autonomia financeira de apenas 6%, sendo que o seu passivo ascendia a 142,8 milhões de euros, dos quais, 81,9 milhões de euros eram exigíveis a curto prazo”, de acordo com o tribunal.

De 2009 a 2013, a dívida financeira da operadora inter-ilhas dos Açores cresceu 100,2 milhões de euros, sendo 73,2 milhões correspondentes a operações com maturidades até um ano, tendo a SATA Air Açores apresentado, entretanto, em 2013, um resultado líquido negativo de 15,8 milhões de euros.

“Em consequência, registou-se um acréscimo significativo dos encargos líquidos da dívida de 143 mil euros, em 2009, para 5,9 milhões de euros, em 2013, que, neste exercício, praticamente absorveram os recursos gerados pela actividade operacional, facto indiciador da insustentabilidade do nível de endividamento da empresa”, refere a auditoria do TdC.

A entidade fiscalizadora das contas públicas portuguesas aponta que o passivo do grupo SATA em 2013 era de 190,3 milhões de euros, dos quais 128,7 milhões venciam-se a curto prazo.

No final de 2013, a estrutura financeira do grupo apresentava-se “profundamente desequilibrada”, referindo o TdC que o seu grau de autonomia financeira era de apenas 4,5%.

Entre 2009 e 2013, ainda de acordo com o tribunal, a dívida registou um acréscimo de 114 milhões de euros, fixando-se, no último ano em análise, em 142,5 milhões de euros, dos quais 92,3 milhões de euros eram exigíveis a curto prazo.

Consequentemente, os resultados financeiros agravaram-se nesses quatro anos, passando de um valor negativo de 367,4 mil de euros para – 7,9 milhões, aumentando, assim, a “pressão financeira” sobre o grupo, segundo a instituição.

No final de 2013, segundo o TdC, o passivo corrente da transportadora aérea açoriana ultrapassava em 20 milhões de euros o activo corrente.

Os rendimentos provenientes da exploração aérea registaram uma “erosão significativa” no período em apreço, alcançando-se um valor negativo de 177,8 milhões de euros em 2013, ou seja, menos 18 milhões de euros do que em 2009.

 

No que respeita à SATA Internacional, a outra operadora aérea do grupo, também de bandeira portuguesa e que voa com uma frota de aviões Airbus A310 e A320, os prejuízos operacionais ascenderam a 37,6 milhões de euros registados em 2013, dos quais, 33,5 milhões de euros reportam-se a perdas acumuladas nas rotas regulares e 4,1 milhões e a operações ‘charter’.

O TdC destaca que, entre 2009 e 2012, o desequilíbrio operacional da SATA Internacional “não foi adequadamente reflectido” nas respectivas demonstrações financeiras.

O endividamento foi de 12,5 milhões de euros, em 2009, crescendo 301,1 milhões de euros em 2013, com a agravante dos juros e gastos associados.

 

  • Texto distribuído pela agência de notícias Lusa publicado na imprensa generalista portuguesa

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