O deputado português José Pereira Coutinho defendeu nesta terça-feira, dia 10 de outubro, a urgência de lançar voos de longo curso para atrair turistas estrangeiros à Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), no sul da China, dando como exemplo a ligação com Lisboa, nos anos 1990.
Numa conferência de imprensa, Coutinho destacou a discussão do projeto de lei da atividade de aviação civil como um dos “diplomas extremamente importantes” da próxima sessão anual da Assembleia Legislativa, que começa em 16 de outubro.
O Aeroporto Internacional de Macau “na prática é um aeroporto doméstico”, uma vez que não há voos de médio e longo curso e que “a maioria das operações são exploradas em regime de monopólio”, lamentou o deputado.
Atualmente, a maioria dos voos operados a partir de Macau têm como destino a China continental, havendo ainda ligações a Taiwan/Formosa e ao Sudeste Asiático.
José Pereira Coutinho recordou que os contratos de concessão do jogo em casino para os próximos dez anos, que entraram em vigor em 1 de janeiro, preveem a aposta em elementos não jogo e visitantes estrangeiros.
“Para atrair turistas estrangeiros, é preciso voos diretos, como havia no passado, entre Macau e Lisboa”, defendeu o deputado, referindo-se aos voos operados pela TAP nos anos 1990, antes da transição de administração do território de Portugal para a China, em 1999.
A TAP Air Portugal acabaria por cancelar em 31 de outubro de 1998 a ligação regular entre Macau e Lisboa, após ter acumulado prejuízos a rondar os 200 milhões de patacas (23,6 milhões de euros).
Em junho passado, o presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), Pedro Costa Ferreira, disse que gostaria de ter voos diretos entre Portugal e o sul da China até 2025 (LINK notícia relacionada).
Também a diretora dos Serviços de Turismo de Macau descreveu o lançamento de voos diretos com Portugal como “um sonho”, mas sublinhou que as companhias aéreas ainda estão a recuperar de “um período muito difícil” devido à pandemia.
Embora tenha reconhecido que “há sempre interesse em trazer voos diretos para Macau”, Maria Helena de Senna Fernandes lembrou que também é possível trabalhar com os aeroportos vizinhos de Hong Kong, Guangzhou e Shenzhen.
Mais recentemente, no mês de setembro, o secretário de Estado do Turismo de Portugal, Nuno Fazenda, durante uma visita de trabalho a Macau, também defendeu a abertura de uma rota aérea, considerando que a retoma de voos comerciais diretos entre o território da RAEM e Portugal é “pertinente e estratégica (LINK notícia relacionada).