Dois A380 estão a ser desmantelados na ‘Tarmac Aerosave’, em França

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No Aeroporto de Tarbes-Lourdes Pirinéus, em França, nas instalações da ‘Tarmac Aerosave’, uma empresa subsidiária da Airbus, estão a decorrer desde há alguns dias os trabalhos de desmantelamento de dois aviões A380 que foram dos primeiros a sair das linhas de montagem, e que estiveram desde outubro de 2007 ao serviço da companhia asiática Singapore Airlines.

Os primeiros quatro aparelhos deste modelo – o de maior capacidade ao serviço das companhias aéreas comerciais de transporte de passageiros – foram adquiridos pela empresa financeira alemã Dr. Peters que os alugou à Singapore pelo período de dez anos. Quando terminou o contrato de leasing foram devolvidos. Dois irão continuar a voar e outros dois – os que agora vemos na imagem de abertura desta matéria estão já a ser desmantelados.

O grupo português Hi Fly, que se dedica ao negócio de aviões em regime ACMI, já tem um a voar, com registo da sua companhia com COA de Malta, registo 9H-MIP. O negócio com a ‘Dr. Peters’ que conta com um grande apoio da própria Airbus, inclui também um segundo aparelho, parado em Tarbes, que segundo apurou o ‘Newsavia’ ainda não está na posse da Hi Fly. A sua aceitação dependerá do desempenho do avião que está presentemente no mercado, o que não tem sido muito encorajador. Desde julho do ano passado, data em que se estreou com a Hi Fly, tem sido mais os dias em que tem estado em terra. As perspetivas para este Verão são boas, já que a companhia diz que o 9H-MIP está totalmente alugado a um único operador, para, eventualmente, saber novidades sobre o segundo avião para a frota do grupo português.

Quando foi lançado o A380, que ficou conhecido pelo ‘Super Jumbo’ dada sua capacidade, a Airbus planeava vender 1.200 aparelhos, julgando que acabaria com o domínio da Boeing nos voos de longo curso. Não correu bem assim, e se não fossem as encomendas da Emirates, que chegou a ter em carteira uma encomenda de 162 aviões, reduzida depois para 123, o Programa do A380 teria sido um fracasso ainda maior. No total a Airbus conseguiu 290 encomendas, das quais entregou até ao passado dia 30 de março 235 unidades.

Uma nova gama de aviões, quer na Boeing, quer na Airbus com capacidades mais coerentes com a procura por voo, e com motores mais eficientes, capazes de voar até 17/18 horas sem escalas, matou definitivamente o programa A380, nas linhas regulares das principais companhias aéreas mundiais, nomeadamente as que não são subsidiadas diretamente por fundos públicos.

Os primeiros dois aviões A380 que estão a ser desmantelados em Tarbes/Lourdes Pirinéus serão reaproveitados em cerca de 92 por cento dos seus componentes, anunciou no final do ano passado o grupo alemão ‘Dr. Peters’, que, nessa oportunidade, admitiu que vender os aparelhos às peças é mais rentável do que aguardar por novos compradores ou empresas que pretendam alugar as aeronaves (LINK notícia relacionada).

 

  • Foto © Jean Luc Bonnard

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