A AirHelp denunciou nesta segunda-feira, dia 28 de maio, que a companhia aérea europeia de baixo custo EasyJet está a reter compensações devidas aos passageiros por perturbações nos voos, numa “tática de obstrução” que diz ser “prática comum” a muitas companhias, mas a empresa contesta “de forma absoluta” esta acusação. “Em 2017 os nossos dados mostram que a EasyJet acumulou um valor superior a 120 milhões de euros em compensações por atrasos ou cancelamentos em voos, pelo que existe bastante dinheiro em cima da mesa para os passageiros afetados. Desafiamos a EasyJet a partilhar os seus dados publicamente para demonstrar o contrário”, refere a empresa de defesa de direitos dos passageiros numa análise a que a agência de notícias portuguesa ‘Lusa’ teve acesso.
Segundo a Airhelp, “é praticamente impossível para os consumidores receberem compensações derivadas de perturbações em voos da EasyJet sem recorrerem a um amplo apoio jurídico”, sendo que, “a menos que tenha sido tomada uma ação legal, a companhia apenas compensa passageiros em menos de 2% dos casos”.
Contactada pela agência ‘Lusa’, a EasyJet diz que “não reconhece, de forma absoluta, esses resultados”, assegurando que “assume as suas responsabilidades ao abrigo do Regulamento (CE) n.º 261/2004 de forma extremamente séria e, como tal, procede sempre ao pagamento das indemnizações”.
“Oferecemos formas simples e fáceis de encontrar este método no nosso ‘site’ e estamos atualmente a processar reivindicações válidas em menos de 21 dias”, garante a companhia de baixo custo, salientando estar “focada em melhorar ainda mais esse tempo de processamento de pagamentos até ao final deste ano”.
Conforme explica, o objetivo é “tornar este procedimento o mais fácil possível para os passageiros”, de forma que estes possam “reclamar diretamente” com a companhia “em vez de sacrificar uma parte significativa de sua compensação a outras organizações, como a AirHelp, desnecessariamente”, acrescenta.
Afirmando ter analisado “mais de 27.000 pedidos de compensação resultantes de perturbações em voos da EasyJet”, a Airhelp insiste que a companhia tem uma “tática de obstrução que, garante, “é uma prática comum para muitas companhias aéreas”, que “não são sancionadas” por esta atuação.
“Se as companhias aéreas forem responsáveis por atrasos ou cancelamentos ou negarem o embarque a um passageiro, terão de pagar uma compensação de até 600 euros por pessoa. Para isso, de acordo com a lei, os passageiros afetados só necessitam de entrar em contacto com a companhia aérea responsável através de carta. Infelizmente, na prática, isso não funciona tão facilmente”, refere o presidente executivo e cofundador da AirHelp, Henrik Zillmer.
Conforme explica, muitas companhias aéreas “atrasam ou negligenciam o pagamento legítimo das compensações decorrentes de perturbações em voos” por saberem “que os viajantes vão pensar duas vezes antes de entrar em contacto com um advogado e ir a tribunal contra uma grande empresa, pois desconhecem os seus direitos e receiam entrar numa batalha legal dispendiosa e sem fim”.