A EasyJet reafirmou a sua confiança no diretor-geral da companhia aérea para Portugal, José Lopes, depois de o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) ter exigido o seu afastamento das negociações com os trabalhadores.
Numa declaração por escrito, enviada à agência de notícias ‘Lusa’, nesta sexta-feira, dia 5 de maio, a companhia aérea de matriz britânica disse que “a prioridade absoluta da EasyJet é concluir estas negociações com o SNPVAC de forma construtiva” para sua tripulação e “José Lopes, diretor-geral da EasyJet em Portugal, continua a ter o total apoio da companhia aérea”.
O SNPVAC exigiu nesta sexta-feira o afastamento de José Lopes das negociações com os trabalhadores, criticando declarações do responsável pela companhia no parlamento, segundo um comunicado, distribuído em Lisboa.
“Além da lamentável intervenção do diretor-geral” no parlamento fomos “surpreendidos pela notícia de que o mesmo, na Base de Faro, quebrou uma vez mais a confidencialidade inerente às negociações e revelou a última proposta da EasyJet aos tripulantes”, lamentou a estrutura sindical.
“Mais grave ainda, apresentou propostas de algumas situações laborais, das quais nem sequer deu conhecimento ao sindicato – o seu interlocutor direto”, disse o SNPVAC, acusando o diretor-geral de adotar “práticas avessas à intervenção sindical, tão características de outras empresas do setor”.
O sindicato disse ainda que o responsável, “despudoradamente, imputou ao sindicato a intenção de encerramento da Base de Faro quando, na véspera” questionados pela estrutura, disse o SNPVAC, “afirmaram perentoriamente que essa questão não estava a ser equacionada”.
“Entendemos que num processo em que há diferendo entre as partes, atitudes como estas não conduzirão, por certo, a bom porto, nem contribuem para soluções consensuais”, referiram, destacando que “provocar indignação e descontentamento aos tripulantes, não é, nunca foi, e jamais será o caminho certo para a paz social”.
“Exigiremos à empresa a necessidade de cessar, de imediato, este tipo de atuação, salvo se o seu intento for o de agudizar e extremar o diferendo em curso”, salientaram, destacando que “será condição imperativa o afastamento do diretor-geral, do processo de negociação”.
O diretor-geral da Easyjet assumiu na quarta-feira que a empresa está empenhada em “melhorar as condições” dos seus trabalhadores em Portugal, mas pediu “bom senso” para garantir a sustentabilidade da operação.
“Estamos empenhados em melhorar as condições de todos os nossos colaboradores em Portugal, mas temos de continuar a usar o bom senso para que este projeto possa continuar e compreendemos que existe quem não queira que isto aconteça, quem exige que não continue e que não cresça”, disse José Lopes na Comissão de Trabalho, Segurança Social e Inclusão.
De acordo com José Lopes, a empresa afasta o que disse terem sido as propostas apresentadas pelos sindicatos, com aumentos iguais ou superiores a 60%.
Na mesma comissão, numa audição realizada mais cedo, o SNPVAC assinalou que os trabalhadores da Easyjet em Portugal recebem cerca de menos 60%, em média, que os restantes trabalhadores da empresa na Europa (LINK notícia relacionada).