O director comercial da companhia britânica de baixo custo EasyJet em Portugal apelou à sensibilidade da ANA – Aeroportos de Portugal na hora de definir o aumento das taxas às companhias aéreas no próximo ano, recomendando que olhe para o exemplo de Espanha.
“Entendemos que o investimento realizado [pela Vinci na aquisição da ANA] foi forte, mas devia haver uma maior sensibilidade. Gostaríamos que a ANA/Vinci olhasse à volta e visse o que está a acontecer em Espanha, em que foi definido um crescimento nulo para os próximos anos”, defendeu em Lisboa o responsável da EasyJet em Portugal, à margem da divulgação dos resultados da companhia aérea, nesta terça-feira, dia 10 de maio,.
José Lopes defendeu que “é importante que os outros atores compreendam a necessidade de cooperar”, realçando que com o continuado aumento das tarifas será “mais difícil continuar a crescer em Portugal”, refere a agência noticiosa Lusa.
A preocupação da EasyJet surge na sequência de uma primeira reunião com a ANA em que ficou patente que a gestora aeroportuária pretende manter a estratégia de aplicação do modelo regulatório.
“Este modelo regulatório permite aumentar [as taxas aeroportuárias], mas podiam não o fazer”, acrescentou.
O director comercial da EasyJet destacou que a companhia inglesa conseguiu crescer em Portugal acima da média europeia, muito devido à redução da tarifa média cobrada aos passageiros.
As taxas aeroportuárias aumentaram em média 2,82% a 1 de Janeiro: 4,44% em Lisboa, 1,41% no Porto, 0,73% nos Açores e 0,89% em Faro. Já no Aeroporto da Madeira, as taxas sofrerão uma redução de 1,02% no próximo ano, sendo o único em que se verifica uma descida.
Um mês antes, a 1 de Dezembro de 2015, as taxas cobradas às companhias tinham subido 5,38% no Aeroporto de Lisboa e 1,90% no Aeroporto do Porto, decorrente de um crescimento do tráfego acima do previsto.