German Efromovich, que em 2012 viu a sua proposta de compra da TAP ser recusada pelo Governo, diz que a demora em vender a companhia aérea portuguesa está a prejudicar a TAP. Numa entrevista concedida à “Bloomberg”, e reproduzida hoje em Portugal pelo jornal “Diário Económico”, o empresário sul-americano diz que neste momento “seria muito mais barato” começar uma nova companhia aérea na Europa.
“Nós olharíamos para o processo, mas pela análise que fizemos seria muito mais barato, pela elevada dívida e o risco envolvidos [na compra da TAP], começar uma nova companhia aérea”, considerou German Efromovich, dizendo que “quanto mais demorarem, maiores serão os danos para a sua companhia”, afirmou referindo-se ao Governo Português.
A privatização da TAP está inscrita no Orçamento do Estado para 2014, mas o Governo tem dito repetidas vezes que o processo só avança se houver garantias de um processo competitivo. Germán Efromovich era até há uma semana o único candidato interessado na privatização da TAP. Depois disso, já foi tornado público o interesse do empresário português Pais do Amaral e do norte-americano Frank Lorenzo. Ambos estarão a estudar o processo em separado, mas não afastam a hipótese de existir uma oferta conjunta.
Quanto a Efromovich, o dono do grupo Synergy, que controla a Avianca e a Avianca Brasil, fez saber no final do ano que poderia avançar para a compra da Alitalia ou da polaca LOT, ou em alternativa lançar uma nova companhia aérea na Europa: “Fazê-lo à [minha] maneira, com novos aviões e competindo com aqueles que atravessam problemas.”
“Quando começamos a fazer contas, quando olhamos para as consequências, para os contratos que as pessoas querem que assines e as restrições que te impõem, e a maior exposição e passivo, porque não começar de novo?”, questiona o empresário sul-americano que em 2012 pediu a nacionalidade polaca para poder entrar na privatização da TAP.
(Texto original da jornalista Hermínia Saraiva no “Diário Económico” online)