A Emirates e a Etihad Airways, duas companhias concorrentes no mercado global da aviação comercial, ambas com sede nos Emirados Árabes Unidos, chegaram a um acordo pouco comum, de certo modo surpreendente, face à grande competitividade entre as duas empresas, que prevê a transferência temporária de pilotos da Etihad, com base no Abu Dhabi, para a Emirates, no Dubai.
A companhia que mais aviões A380 tem na sua frota (mais de uma centena) necessita de, pelo menos, 150 pilotos. Tim Clark, presidente da companhia do Dubai, tem manifestado nos últimos meses a sua grande preocupação pela falta de pessoal técnico certificado no Médio Oriente.
A solução foi negociada com a Etihad e agora os pilotos desta companhia, que passa por uma fase menos boa (dois mil milhões de dólares de prejuízo em 2017), poderão voar na concorrente Emirates com contratos de empréstimo até dois anos de duração.
Os pilotos que aderirem a este protocolo não perdem os seus direitos de antiguidade na Etihad e passarão a usufruir de todos os benefícios salariais e outros oferecidos pela Emirates ao seu próprio pessoal de cockpit. Contudo, há uma ressalva importante: todos os pilotos da companhia do Abu Dhabi têm de completar com sucesso um programa de formação e atualização de frota na Emirates.
Esta notícia tem originado algumas especulações, nomeadamente que as duas companhias árabes estejam a estudar a sua fusão. Os responsáveis desmentem e afirmam que se trata de um entendimento natural, que beneficia ambas as empresas, respondendo aos seus objetivos: por parte da Emirates evitar mais cancelamentos de voos por falta de tripulantes; por parte da Etihad Airways atenuar o sufoco de pagar pilotos que não estão a trabalhar.