A empresa norte-americana de aluguer de aviões ‘Air Lease Corporation’ (ALC), sediada em Los Angeles (EUA), interpôs uma ação judicial onde reclama 15 milhões de euros à Azores Airlines, companhia aérea do Grupo SATA, segundo o documento apresentado ao tribunal.
O documento, a que a agência portuguesa de notícias ‘Lusa’ teve acesso e que deu entrada nesta terça-feira, dia 3 de novembro, no Tribunal de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, Região Autónoma dos Açores, reclama da transportadora açoriana perto de 15 milhões de euros referentes a contratos de aluguer dos aviões A321neo que integram a frota da Azores Airlines.
Em 2016, na formalização do acordo, esteve em Ponta Delgada o vice-presidente da ALC, Marc Baer, que acompanhou o então presidente executivo da SATA, Paulo Menezes, na apresentação do plano operacional da empresa.
A ‘Lusa’ contactou a SATA para saber se já foi notificada do processo e qual será a resposta a dar, aguardando resposta da operadora.
As duas transportadoras aéreas do grupo SATA fecharam o primeiro semestre com prejuízos de cerca de 42 milhões de euros, que comparam com perdas de 33,5 milhões no período homólogo.
Nas demonstrações financeiras das empresas públicas regionais, a que a ‘Lusa’ teve acesso no começo de outubro, é referido que a Azores Airlines (que opera de e para fora do arquipélago português) teve prejuízos de 34,5 milhões de euros entre janeiro e junho, ao passo que a SATA Air Açores, que voa inter-ilhas do arquipélago, teve perdas de 7,6 milhões de euros.
A operação da SATA no período foi fortemente condicionada pela pandemia de covid-19, tendo a empresa parado a operação durante a maior parte do segundo trimestre.
Todavia, em 2019, os prejuízos globais do grupo haviam já sido de 53 milhões de euros, valor em linha com a perda registada em 2018.
A SATA pediu recentemente um auxílio estatal de 133 milhões de euros, operação aprovada por Bruxelas.
No entanto, a Comissão Europeia abriu um procedimento para Portugal provar que os três aumentos de capital recentes na transportadora açoriana não foram ajudas do Estado, decorrendo atualmente o prazo para o país responder.
- Foto © Gonçalo Lopes