Empresa gestora do Aeroporto Internacional de Macau regressou aos lucros em 2023

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A Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau (CAM) registou lucros de 220 milhões de patacas (cerca de 25,2 milhões de euros ao câmbio atual) em 2023, obtendo assim o primeiro resultado positivo após três anos no ‘vermelho’. Só em 2022, tinha sofrido prejuízos de 567 milhões.

O regresso aos lucros foi potenciado pela expressiva retoma dos números de voos e passageiros, na sequência do levantamento das restrições às viagens no início do ano passado, bem como pela manutenção da “política de controlo de custos” e “gestão prudente do fluxo de caixa”. Em 2023, o aeroporto acolheu 5,15 milhões de passageiros e mais de 42.500 voos, números que corresponderam a 54% e 55% dos níveis pré-pandemia (2019), respetivamente, informou a CAM, salientando ainda a subida anual de 24% na carga área (63.800 toneladas) e os 923 voos no segmento da aviação executiva, ou seja, mais do dobro do ano precedente.

As receitas totais da gestora do aeroporto [da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), no sul da República Popular da China] cresceram 179,8% para cerca de 1,19 mil milhões de patacas, em relação a 2022, segundo o relatório de contas aprovado na Assembleia-Geral realizada na passada quarta-feira, dia 27 de março. Na reunião magna, “foi deliberado o aumento do capital da empresa face às necessidades do projeto de recuperação e expansão do Aeroporto Internacional de Macau, tendo sido também aprovada uma deliberação sobre o projeto do Terminal de Carga de Hengqin”.

A CAM assegurou que, ao longo do ano passado, reforçou a segurança aeroportuária, a gestão operacional e os serviços aos passageiros “em vários aspectos”. “Além das mais de 60 actualizações de instalações, equipamentos e sistemas de informação” para melhorar o “hardware e software aeroportuários e a eficiência dos serviços operacionais e promover o desenvolvimento inteligente do aeroporto”, a empresa realçou que “tem acompanhado activamente a implementação do projecto de expansão do aeroporto”.

No caso específico das obras do aterro, os preparativos preliminares estão a decorrer “de forma gradual”, e incluem trabalhos de “monitorização hidrológica” e de “restauração ecológica”. “Em resposta aos requisitos de capital para a fase inicial deste projecto, foi decidido na Assembleia-Geral anual que serão emitidas novas acções ordinárias em 2024 para aumentar o capital da empresa em 850 milhões de patacas. As obras deverão ter início no segundo semestre de 2024”, revelou a CAM, reiterando que o projecto contribuirá para o “desenvolvimento sustentável” da aviação civil em Macau.

Recuperação consolidada no 1º trimestre de 2024

No primeiro trimestre deste ano, o movimento no aeroporto manteve a tendência de “aumento constante” em termos homólogos, traduzindo-se em cerca de 1,76 milhões de passageiros e 14 mil voos, números que cresceram 1,3 e 1,03 vezes, adiantou a CAM. Estes dados ilustram recuperações de 75% e 76%, respectivamente, quando comparados com o mesmo período de 2019.

O reforço da rede aérea continua a ser uma das prioridades da CAM, que destacou o lançamento, esta segunda-feira, da rota entre Macau e Pequim Daxing. Operada pela China Southern Airlines, esta ligação facilitará as transferências de passageiros da RAEM para a Rússia.

Além disso, a mesma nota refere que “a AirAsia Camboja confirmou a operação na rota Phnom Penh-Macau”, a Air Macau “está a introduzir aeronaves de fuselagem larga para voos de médio e longo curso no segundo trimestre de 2024” e a Korean Air planeia oferecer, a partir de Julho, serviços de ligação entre Macau, a Europa e os EUA através de Seul, o que poderá atrair mais visitantes internacionais para o território.

Por outro lado, até 7 de Maio, a CAM vai aceitar propostas para a subconcessão de serviços de retalho na área norte do terminal de partidas do aeroporto.

  • Artigo da autoria do jornalista Sérgio Terra, publicado no jornal de língua portuguesa ‘Tribuna de Macau’, edição do dia 02 de abril de 2024.

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