“Está a ser preparada pelo Ministério da Economia e das Finanças uma operação que envolve um empréstimo de um banco privado, com uma garantia pública” para que a SPdH/Groundforce Portugal possa pagar os salários de fevereiro aos seus cerca de 2.400 trabalhadores, anunciou nesta quinta-feira, dia 4 de março, o ministro das Infraestruturas e da Habitação Pedro Nuno Santos (nossa imagem de abertura).
Questionado sobre a demora da operação, apontada pela empresa como justificação para o atraso no pagamento dos salários, o governante adiantou que “havia um conjunto de informação que estava a ser pedida [à empresa], mas não estava a ser dada e isso atrasou o processo”.
“A dispobinilidade para fazer essa operação existe”, disse, referindo que “em princípio, […] o empréstimo chega durante o mês de março”.
Em comunicado enviado nesta quinta-feira, o acionista privado da Groundforce adiantou estar “já negociado” o empréstimo bancário com aval do Estado, “de 30 milhões de euros das anunciadas linhas Covid”.
Na conferência de imprensa, Pedro Nuno Santos sublinhou que “é preciso que se entenda que as exigências que a TAP está a fazer à Groundforce [para o adiantamento de 2,05 milhões de euros para pagamento de salários em atraso] são as mesmas que o Estado português exigirá pelo empréstimo bancário”.
Pedro Nuno Santos disse ainda que a Groundforce “tem dinheiro em caixa que lhe permitiria pagar metade dos salários dos trabalhadores”.
“Sabemos que há cerca de 1,4 milhões de euros em caixa. Posso estar errado no valor, mas sabemos que há dinheiro em caixa desta dimensão”, referiu.
O ministro das Infraestruturas e da Habitação considerou “inaceitável” a proposta do acionista privado da Groundforce (a Pasogal, de Alfredo Casimiro) de exigir manter o controlo da empresa em caso de execução da penhora da sua participação por incumprimento do pagamento da dívida à TAP.
Em conferência de imprensa na quinta-feira à noite, Pedro Nuno Santos explicou que o acionista privado da Groundforce, Alfredo Casimiro, aceitou um penhor das ações relativas à sua participação (50,1%, através da Pasogal) para receber um adiantamento de cerca de dois milhões de euros, mas exigiu – em caso de execução – manter o controlo da empresa de ‘handling’ (assistência nos aeroportos), em que a TAP detém 49,9% do capital.
“O acionista privado aceita transferir as ações, mas não que se tirem as consequências desta ação, isto é, perante o não pagamento à TAP e a execução da garantia, a TAP passaria a ser maioritária, mas o controlo manter-se-ia do acionista privado, que entretanto já era minoritário. Isto é inaceitável: aumentava a exposição, mas não garantia a proteção da TAP”, declarou o governante.