A Etihad Airways, companhia árabe com sede no Abu Dhabi, anunciou que vai suspender por período indefinido a rota para São Paulo/Guarulhos, no Brasil, que tinha iniciado em junho de 2013.
Trata-se da primeira vez que esta companhia interrompe uma rota intercontinental, o que denota preocupação pelos efeitos que a pouca procura e ocupação de passageiros na linha do Brasil possam causar na sustentabilidade financeira do segmento de transporte aéreo na companhia.
A Etihad tem feito diversos investimentos nos últimos anos em companhias aéreas, nomeadamente na Alitalia (49% do capital) e na Air Berlin (29,2%), entre outras, onde tem comprado importantes lotes de ações.
Contudo nada fazia prever que a companhia cancelasse a sua rota para o Brasil, onde continuam a Emirates e a Qatar Airways, também de matriz árabe, que são diretas competidoras da Etihad nos voos intercontinentais.
É verdade que o tráfego à partida e à chegada do Brasil caiu nos últimos meses, mas a retirada pura e simples é praticamente um fato novo entre as grandes companhias que, naturalmente, em período de recessão passaram a disponibilizar menos frequências e lugares nas suas rotas.
Verificou-se este ano a retirada da Korean Air e da Singapore Airlines e em agosto passado, na cidade de São Paulo, o vice-presidente da Etihad para a América, Martin Drew, tinha anunciado que a companhia iria reforçar a linha com uma aeronave de maior capacidade, com mais cerca de 90 lugares para, precisamente, captar alguns dos passageiros que seguiam nessas companhias para a Ásia.
Mesmo assim, há companhias que já estão a recuperar perante um leve crescimento da procura nalgumas rotas com destino ao Brasil.
A Etihad começou a voar para o Aeroporto de Guarulhos, na cidade de São Paulo, em junho de 2013 com aviões Airbus A340, passando depois a utilizar os Boeing 777-200. Houve um período em que os voos passaram a ser feitos com um Boeing 777-300ER da companhia indiana Jet Airways (participada da Etihad). No início do corrente mês de novembro, a Etihad voltou a voar com aviões próprios, tendo colocado na linha do Brasil equipamento A340-600 com capacidade para transportar 346 passageiros em três classes.
Entretanto em comunicado divulgado pela companhia aérea ao trade brasileiro, a Etihad aponta a crise económica como a principal causa da suspensão da operação entre o Abu Dhabi e São Paulo/Guarulhos.
“O atual cenário económico no Brasil, juntamente com a forte depreciação da moeda brasileira, afetaram gravemente as viagens de e para o país. O desempenho da rota ficou aquém das expectativas da empresa e a difícil decisão de suspender indefinidamente as operações locais foi tomada”, justifica a Etihad Airways.
A Etihad fará o seu último voo Abu Dhabi-São Paulo/Guarulhos-Abu Dhabi no dia 26 março de 2017.