Uma auditoria da Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos da América desceu o ‘rating’ de segurança da Tailândia, devido a inconformidades encontradas no seio das entidades que tutelam o sector no País.
Já em Março passado a ICAO (sigla em inglês da Organização Internacional da Aviação Civil) tinha alertado o governo de Banguecoque para algumas deficiências encontradas numa acção de inspecção de rotina. Não obstante os esforços da Autoridade Nacional de Aviação Civil da Tailândia, ficaram por resolver alguns pontos e a auditoria dos EUA verificou que essa entidade não tem pessoal técnico qualificado para emitir licenças para pilotos e determinados tipos de aeronaves comerciais de transporte de passageiros.
A divulgação do relatório norte-americano leva a que alguns países redobrem cautelas quando se deparam com pedidos de autorização de companhias tailandesas que pretendem pousar nos seus aeroportos. As autoridades do Japão e da Coreia do Sul anunciaram nesta semana que irão estar mais atentas às certificações das tripulações dos aviões de bandeira tailandesa, reservando para mais tarde uma apreciação mais técnica ao alerta levantado pelos norte-americanos.
A baixa do nível de segurança decidida pela FAA não significa que as companhias aéreas tailandesas sejam mais perigosas que as demais. Trata-se de um aviso importante à estrutura que tutela a aviação civil de que deve ter técnicos habilitados e funcionar com maior seriedade, encarando a sua reabilitação técnica e profissional com mais urgência.
A situação está a provocar alguns receios na Tailândia. Primeiro porque é um país muito procurado por turistas e esta medida poderá provocar receios e levar os turistas a evitar destinos tailandeses. Segundo porque a maior companhia do país, a THAI (Thai Airways International) começa a sentir-se prejudicada com o que considera ser uma ameaça grave. Em outubro passado cancelou a rota Banguecoque-Los Angeles (Califórnia), única ligação que tinha para os EUA.
O maior problema é que um terço do tráfego da THAI é oriundo dos voos que faz para a Europa. E, normalmente, os relatórios da FAA dos EUA têm peso na União Europeia e poderá ser transposto para a ‘lista negra’ que de seis em seis meses o executivo comunitário de Bruxelas manda publicar.