A Euro Atlantic Airways (EAA), empresa que é detida por Tomaz Metello e pelo grupo hoteleiro português Pestana, poderá ter em breve uma participação qualificada no capital na TACV (Transportes Aéreos de Cabo Verde), companhia aérea pública da ex-colónia africana portuguesa, que se encontra em processo de privatização.
A ideia ganhou mais força nos últimos tempos, face à situação económico-financeira muito débil em que se encontra a companhia cabo-verdiana, que tem passado nos últimos anos por alguns processos de reestruturação, de iniciativa governamental, mas nenhum com sucesso.
O primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, esteve reunido na semana passada, na Cidade da Praia, com o presidente do Conselho de Administração da EuroAtlantic Airways (EAA) e administrador do Grupo Pestana, Tomaz Metello, que se encontrou também com o presidente do Conselho de Administração da TACV, João Pereira Silva.
“Há uma parceria e estão a trabalhar diferentes aspetos dessa parceria. De vez em quando a TACV usa os aviões da EuroAtlantic e foi no quadro dessa parceria que estiveram presentes aqui em Cabo Verde. Já nos tínhamos encontrado em Lisboa na minha última passagem e tínhamos conversado. Essa parceria continua e, eventualmente, poderão vir a participar no processo de privatização quando a questão for colocada sobre a mesa”, disse José Maria Neves à agência de notícias portuguesa Lusa.
O chefe do Governo de Cabo Verde adiantou, no entanto, que durante o encontro foi sobretudo abordada “a parceria atual e as possibilidades de reforço dessa parceria”.
Fonte do grupo Pestana disse, por seu lado, à agência Lusa que a missão da EAA em Cabo Verde visou “a procura de soluções que possam apoiar a congénere deste país lusófono […] face às atuais dificuldades operacionais e de tesouraria”.
Os TACV, com 57 anos de existência e a única transportadora inter-ilhas, têm enfrentado vários problemas, com o acumular de dívidas e cancelamentos e atrasos recorrentes nos voos.
A empresa tem registado rotura de tesouraria, tendo em conta que os gastos são muito superiores às receitas da empresa, que tem um passivo de 10 mil milhões de escudos cabo-verdianos (cerca de 90 milhões de euros).
- Foto: Afonso Nunes