O chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) admitiu insuficiências no aeroporto ao nível de recursos humanos e capacidade, que limitam a chegada de turistas estrangeiros, prioridade do Governo para reduzir a dependência do mercado chinês.
Ho Iat Seng, que falava durante uma sessão na Assembleia Legislativa (AL), na quinta-feira, dia 14 de abril, disse que Macau se debate com a “falta de recursos humanos” no aeroporto, “uma situação que também acontece noutros aeroportos em várias regiões”.
Outras das limitações “é a falta de espaço” da infraestrutura aeroportuária, continuou o líder de Macau: “temos muitos aviões, mas não conseguem aterrar”. O responsável também assinalou a dificuldade em criar ligações ao exterior.
“Essa dificuldade que nós temos em relação à criação de mais voos internacionais [acontece], porque depois desses três anos de pandemia, temos um atraso em relação aos recursos humanos no aeroporto”, referiu Ho Iat Seng, detalhando que Macau tem apenas ligações para países na Ásia, o que já acontecia antes da crise sanitária.
“Essas insuficiências de termos apenas voos para países do sul da Ásia faz com que tenhamos de depender do aeroporto de Hong Kong”, constatou.
Em resposta ao deputado Wang Sai Man, que quis saber quais as políticas do Governo para trazer visitantes de outras geografias, Ho referiu que foram organizadas visitas para os meios de comunicação social da Coreia do Sul, da Tailândia e da Malásia à região administrativa especial, “para sessões de promoção”, além de estarem previstas ações noutros países “para dar uma nova imagem de Macau”.
O responsável notou ainda que este mês estará em Portugal, entre 18 e 22 de abril, “para fazer promoções”.
No entanto, “tudo isto demora”, declarou Ho, que quer “recuperar a confiança dos turistas”.
“Espero que nos possam dar mais tempo, porque as medidas de restrição [da pandemia] só foram levantadas há cerca de três meses”, lembrou.
A rígida política ‘zero covid’, adotada pela China e pelas regiões administrativas especiais de Macau e Hong Kong, limitou ao longo de quase três anos a circulação de turistas.
Na sequência da abertura de Macau, após a pandemia de covid-19, o Governo propôs-se diversificar a economia e o turismo locais, profundamente dependentes do jogo, tendo inclusive exigido às operadoras que exploram os casinos para apostarem em elementos não jogo e noutros mercados de visitantes além da China continental.