A Air France anunciou na quinta-feira, dia 16 de Outubro, ter chegado a um acordo de princípio com o SNPL, sindicato que promoveu no mês passado a greve mais longa de pilotos da companhia, para o desenvolvimento da low cost Transavia, o qual prevê que tenha uma frota de mais de 14 aviões Boeing 737 a partir do Verão de 2015.
O acordo, que ainda precisa ser ratificado pela parte sindical, designadamente através de um referendo aos pilotos, foi classificado pela companhia com uma “solução equilibrada” que permitirá “o rápido desenvolvimento da Transavia France”.
As disposições divulgadas assemelham-se à proposta que a Administração da Air France tinha feito aos pilotos em plena greve, que o SNPL então rejeitou, reclamando a designação de um mediador .
O acordo, segundo a informação da Air France, além do aumento da frota de B737 da Transavia França estabelece que os pilotos que voem para a Transavia terão as condições de trabalho e de remuneração desta subsidiária “para assegurar a sua competitividade” e que serão criados dois contratos para os pilotos da Air France que trabalhem para a Transavia. Assim, diz a empresa, os pilotos terão condições de desenvolvimento “dinâmico e integrado” das suas carreiras, incluindo um quadro de senioridade.
O SNPL, maior sindicato de pilotos da Air France, promoveu uma greve que durou entre 15 e 29 de Setembro e que custou à companhia uma quebra dos resultados operacionais estimada em mais de 320 milhões de euros.
A reivindicação mais mediatizada dizia respeito à contestação ao projecto de criação da Transavia Europe, uma low cost pan-europeia com bases fora de França e da Holanda, mas o SNPL não desconvocou a greve mesmo depois da Administração da Air France ter ‘deixado cair’ esse projecto, porque também questionava as condições de desenvolvimento da Transavia France.
Segundo a imprensa francesa, o SNPL reivindica agora ter conseguido travar “a deslocalização” de emprego, pelo abandono do projecto Transavia Europe, e elogia que no princípio de acordo com a Administração esteja previsto que os pilotos da Air France que estejam a voar para a Transavia não percam o vínculo com a ‘empresa-mãe’, bem como as prestações sociais.
A informação do SNPL também refere que a expansão da frota da Transavia France além dos 14 aviões não obriga mais à contratação de pilotos com vínculo à Air France.
(Texto publicado pelo portal de notícias de turismo e viagens ‘PressTUR’, parceiro editorial do Newsavia em Portugal)