Todos os operadores de Boeing 787 serão instados a desactivar periodicamente o sistema eléctrico destes aviões para evitar problemas com o bug de software recentemente descoberto e que pode provocar uma perda de corrente alterna (AC), decidiu a Federal Aviation Administration (FAA) norte-americana, através de uma nova directiva. A agência adoptou esta regra depois de receber da Boeing, os resultados dos testes de laboratório que demonstram a possibilidade de uma perda total de potência se as unidades de controlo dos geradores de bordo trabalharem continuamente durante oito meses.
A nova regulamentação da FAA foi publicada dois meses depois da própria Boeing ter alertado os operadores para este problema, disse a companhia, em declarações à Flightglobal. Até à data, nenhum operador de B787 registou problemas com o software que provocam a paragem simultânea dos quatro geradores de bordo, acrescentou a Boeing, que está a trabalhar num update do software para resolver a situação, no quarto trimestre do ano. O B787 utiliza mais potência eléctrica do que qualquer avião comercial. Além de fornecer electricidade aos aviónicos, os geradores são também usados para a pressurização da cabina do avião e para o de-icing do bordo de ataque das asas.
Dois geradores de 250 kVA de potência estão instalados em cada um dos motores turbofan do B787 e outros dois geradores de back-up, cada um com uma potência de 225 kVA, estão ligados à unidade de potência auxiliar (APU). Se todos os geradores falharem em simultâneo, uma bateria de iões de lítio mantém a potência dos sistemas no cockpit durante 6 segundos, até uma turbina movida a ar começar a gerar potência suficiente para ajudar os pilotos a navegar e a tentar repor os motores a trabalhar ou a planar para uma aterragem sem potência ou “dead-stick”.