A fábrica francesa de peças e componentes para a indústria espacial Lauak vai produzir em Grândola, no distrito de Setúbal, peças para o fabrico dos aviões comerciais Airbus A320. Trata-se de um investimento de 33 milhões de euros que vai criar, no sul de Portugal, 274 postos de trabalho.
O investimento feito pela Lauak em Portugal deverá gerar encomendas junto das empresas nacionais de cerca de quatro milhões de euros, em 2023, revela o despacho que aprova as minutas do contrato, publicado esta segunda-feira, dia 16 de setembro, em ‘Diário da República’.
“Prevê-se que o projeto possa gerar externalidades positivas nos fornecedores de matérias-primas, de pequenos componentes e de ferramentas, nas empresas de prestação de serviços de informática, de apoio e manutenção dos equipamentos produtivos, bem como na restauração e no mercado imobiliário, entre outros. Estima-se, assim, que o valor de fornecimentos e de serviços externos prestados por empresas nacionais à Lauak Grândola corresponda, em 2023, ano cruzeiro, a mais de 4,1 milhões de euros”, lê-se no despacho assinado pelo ministro da Economia e pelo secretário de Estado da Internacionalização.
A Lauak Grândola foi constituída em 2016 e integra o grupo francês Lauak, que “é atualmente um dos principais fornecedores de componentes metálicos, permutadores de calor, tanques de combustível e conjuntos estruturais para a indústria aeroespacial, tendo entre os seus clientes os principais fabricantes de aeronaves, as empresas líderes em aeroestruturas e os grandes fornecedores de equipamentos para a indústria aeronáutica”. A empresa vai investir 32,9 milhões de euros, com um apoio de 7,9 milhões do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.
A implementação da unidade industrial vai permitir criar 274 postos de trabalho diretos, 69 dos quais com grau de qualificação correspondente ao ensino superior. Mas também dará origem “a um volume de negócios anual na ordem dos 30 milhões de euros, correspondendo este valor também ao volume de negócios internacional da Lauak Grândola, visto que toda a produção da empresa se destina à exportação”.
O Despacho revela ainda que as minutas do contrato preveem que o “projeto o alcance, no ano de 2027, de um volume de vendas e prestação de serviços de cerca de 223,9 milhões de euros e de um Valor Acrescentado Bruto (VAB) de cerca de 112,8 milhões de euros, ambos em valores acumulados desde 1 de janeiro de 2018″.