Chris Roberts, especialista em segurança de computadores e proprietário da empresa de segurança electrónica One World Labs, em Denver, Estados Unidos da América, afirma que entrou no sistema de entretenimento do avião em que estava a voar como passageiro e conseguiu desviá-lo da rota por breves momentos, dando ordem a um dos motores para entrar em modo de subida, de acordo com um aviso emanado em Abril, pelo FBI, relata o jornal “The Independent”, citando o serviço de notícias canadiano APTN. De acordo com documentos do tribunal, tornados públicos no dia 15 de Maio, Chris Roberts disse ao FBI que “entrou” nos sistemas de aviões “15 a 20 vezes”, incluindo aviões Boeing 737 e 757 e Airbus A320.
Chris Roberts foi notícia em Abril passado, quando foi proibido de voar na United Airlines, após ter divulgado no Twitter que podia piratear os computadores de bordo dos aviões.
Foi preso e interrogado nesse mesmo dia nas instalações do FBI em Syracuse, em Nova Iorque. Segundo o aviso do FBI, o hacker afirmou que ao aceder à Seat Electronic Box sob o seu assento, que liga ao sistema de entretenimento do avião (IFE, acrónimo em Inglês para in-flight entertainment system), ligando um cabo ao seu computador, seria capaz de intervir no computador de gestão de potência dos motores (Thrust Management Computer) usando IDs e passwords de default. Roberts terá reescrito códigos para este computador que lhe permitiriam fazer o avião subir ou descer. O hacker afirmou que também pirateou, através do software Vórtex, o cockpit do avião para monitorizar o tráfego aéreo .
Ouvido durante quatro horas, Chris foi depois libertado, ficando o FBI com um affidavit do seu testemunho.
Fica ainda por explicar como é que conseguiu passar de um sistema, que embora passível de ser violado, – in-flight entertainment system- para o Thrust Management, que são completamente estanques, tendo inclusive canais de alimentação de energia diferentes.
Chris Roberts, conhecido e respeitado especialista em segurança de computadores, disse ao FBI que estava a fornecer estas informações porque “desejava ver estas vulnerabilidades resolvidas”. Os agentes do FBI falaram com ele por diversas vezes, dizendo-lhe que aceder à rede de um avião sem autorização constituía uma violação das regras federais. Embora Roberts se tivesse comprometido a não repetir o feito, os agentes do FBI apreenderam o seu computador, discos rígidos e outro hardware. Até à data, o hacker confesso não foi acusado de nenhum crime, a investigação prossegue, e a sua notoriedade cresce sobretudo nas redes sociais, onde à falta de conclusões a dúvida permanecerá. Terá ou não Chris Roberts tido acesso aos sistemas de voo?