“Um passo atrás para, em seguida, dar dois em frente” é a mensagem que Fernando Pinto, presidente executivo da TAP transmitiu nesta terça-feira, dia 12 de Maio, aos trabalhadores da companhia, ao explicar que em consequência da “instabilidade” que a tem afectado, precisa de ser reajustada “à sua adequada dimensão para permitir a sua reconstrução em bases sólidas e a posterior preparação para um novo ciclo de crescimento”.
“E este trabalho é indispensável, independentemente do processo de privatização em curso”, enfatiza Fernando Pinto, que já numa mensagem aos trabalhadores em 6 de Maio afirmava ser necessária uma “reestruturação” da empresa, então ao salientar que a forma como a companhia reagiu à greve dos pilotos, com o “controle de danos” que pôs em prática, essa reestruturação poderia “ser encarada de uma forma um pouco menos exigente”.
Na mensagem desta terça-feira Fernando Pinto avança que “o grupo de trabalho constituído para o desenvolvimento deste plano apresentará brevemente as suas propostas”, em linha com o que foi anunciado pelo secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, que ao intervir ontem no “Fórum TSF” disse que a companhia está a avaliar “se tem ou não condições para manter a operação nos termos em que a vinha mantendo” (para ler mais clique aqui).
Na sua mensagem, Fernando Pinto, além de indicar que a companhia está em vésperas de uma reestruturação, independentemente do desfecho do processo de privatização, salienta que a “difícil situação” em que a TAP se encontra “exige que parem os sinais de instabilidade que continuam a ser dados ao mercado”.
A resposta, defende, tem que ser toda a empresa concentrada “no que é prioritário”, que diz ser “salvaguardar o futuro da TAP”.
Fernando Pinto alerta os trabalhadores que “as condições de mercado exigem-nos hoje muito mais do que antes”, porque a instabilidade que viveu “provoca prejuízos directos, afecta dramaticamente os nossos recursos financeiros, prejudica a nossa imagem e consome-nos energias, desviando a atenção dos nossos objectivos”.
Fernando Pinto alerta ainda que a agravar o quadro, a TAP tem que contar que “a concorrência aumentou extraordinariamente na maioria dos nossos mercados”, assinalando que por exemplo a resposta dos grandes grupos aéreos às low cost criando as suas próprias low cost conduziu a “uma significativa baixa da tarifa média”, a que a companhia não pode responder porque “os problemas vividos no Verão de 2014 fizeram-nos desviar a atenção do mercado”.
“E, quando após a ameaça de greve do último Natal começámos finalmente, em Março, a dar sinais de recuperação, vimo-nos confrontados com o anúncio desta greve [do SPAC], acrescenta a mensagem que, aliás, começa por salientar que a paralisação colocou a TAP, “de novo, no centro das atenções pelas piores razões, afectando a imagem da empresa e a sua credibilidade”.
Fernando Pinto não deixa de, ainda assim, elogiar “o esforço tremendo” por parte da empresa “para minimizar as consequências negativas para os nossos clientes”.
“Durante dez longos dias, muitos trabalhadores – incluindo pilotos, pessoal de cabina e pessoal de terra – aliaram profissionalismo e competência a uma disponibilidade total, movidos apenas pelo propósito de defender a sua Companhia, protegendo os passageiros e dando garantias de que a TAP não se poupa a esforços para cumprir a sua missão. Foram dez dias de muito trabalho, muito esforço, muita dedicação, lutando contra todas as adversidades para que os nossos voos se mantivessem ou, quando tal foi impedido pela greve, para que houvesse protecção adequada e alternativas no mais curto espaço de tempo”, salienta Fernando Pinto, que também considera que “todo este esforço foi recompensado pelas manifestações de simpatia que nos chegaram de diversas origens”.
“Tais manifestações constituem um incentivo para o trabalho de recuperação que temos de encetar de imediato”, acrescenta.