Flybe salva da bancarrota por consórcio de grupos britânicos liderado pela Virgin

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A companhia aérea britânica Flybe, que estava em risco de falência [prejuízo de 12 milhões de libras esterlinas na primeira metade do corrente ano fiscal 2018-2019] foi salva nesta sexta-feira, dia 11 de janeiro, por um consórcio liderado pela Virgin Atlantic e por dois grupos britânicos de investimentos, um que opera na área das infra-estruturas e aviação e outro na área financeira.

As administrações da Flybe e da Connect Airways, um consórcio constituído neste mês pela Virgin Atlantic (empresa aérea fundada pelo multimilionário Sir Richard Branson), pelo Grupo Stobart (dono da companhia aérea Stobart Air, da empresa de aluguer de aviões Stobart Aviation e do Aeroporto de Londres/Southend) e pelo fundo de investimentos Cyrus Capital Partners, anunciaram que chegaram a acordo para salvar a companhia britânica.

A Flybe estava à venda desde o passado dia 14 de novembro, quando a administração da companhia chegou à conclusão de que esta seria a única via para poder salvar a empresa. A Connect Airways confirmou que adquiriu a Flybe por 2,2 milhões de libras esterlinas (2,4 milhões de euros). Passará imediatamente para o comando operacional da companhia aérea, com o apoio da Virgin Atlantic. A frota de mais de 70 aviões será reestruturada de acordo com as rotas que irão permanecer na rede da nova Flybe (que no futuro será rebatizada como Virgin Atlantic). A Stobart Aviation será responsável pelos contratos de aluguer das aeronaves. A nova rede da companhia dará prioridade aos mercados britânico e irlandês.

Em termos de divisão de capital o consórcio Connect Airways está assim constituído: 40% para a Cyrus Capital Partners; 30% para a Stobart Aviation, subsidiária do Grupo Stobart; e 30% para a Virgin Atlantic

Outro anúncio feito no comunicado do consórcio é a imediata injecção de 20 milhões de libras esterlinas (cerca de 22,1 milhões de euros/25,5 milhões de dólares), que permitirá a continuidade da Flybe nos termos em que atua presentemente no mercado. O consórcio irá investir mais 80 milhões de libras (88,4 milhões de euros) na recuperação da companhia que num futuro próximo passará a integrar o universo da Virgin Atlantic.

A Flybe foi fundada em 1979 com a denominação Jersey European e sede nas ilhas do Canal da Mancha. Começou por assegurar as ligações para a Grã-Bretanha. Cresceu bastante no início deste milénio, depois de várias aquisições e fusões com companhias de pequena dimensão, altura em que mudou de nome para Flybe (2002), e após dois como British European (BE), tendo criado uma rede de voos regionais muito procurados em todo o Reino Unido, com bases em Aberdeen, Edimburgo e Glasgow, na Escócia, para Manchester, East Midlands, Birmingham, Bristol, Southampton e Exeter, na Inglaterra.

O crescimento maior surgiu depois de diversos acordos de parceria que tornaram a Flybe feeder da Virgin Atlantic, a segunda maior companhia britânica no longo curso, nos aeroportos de Londres (Heathrow e Gatwick) e de Manchester, além de levar também passageiros para os voos de longo curso do grupo Air France-KLM, em Paris e Amsterdão. Abriu também diversos voos diretos de aeroportos britânicos para cidades europeias, o que de alguma maneira contribuiu para o mau desempenho financeiro da companhia.

A dimensão da Flybe é muito interessante, assim como o número de rotas que detém: tem uma frota de 78 aviões, transporta cerca de oito milhões de passageiros por ano, escala 210 aeroportos em 15 países. A sede está presentemente situada em Exeter e os seus hubs principais são Birmingham e Manchester, além de slots valiosos nos aeroportos londrinos de Heathrow e Gatwick.

 

  • Notícia atualizada às 20h00 UTC

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