Um avião Lockheed C-130 Hércules da Força Aérea Portuguesa (FAP) retirou de Marrocos 102 cidadãos portugueses que pediram ajuda para deixar este país do Norte de África, abalado por um forte sismo na sexta-feira, dia 8 de setembro, à noite.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros adiantou em comunicado distribuído em Lisboa na manhã deste domingo, dia 10, que os 102 portugueses (incluindo o pai e a criança que ficaram feridos na sequência do terramoto) chegaram nesta madrugada, no avião da Força Aérea Portuguesa que havia seguido na noite de sábado para a cidade de Marraquexe.
A operação de retirada, “apesar das vicissitudes no terreno, decorreu de forma ordeira e pacífica”, indica o ministério, realçando que continuará em “contacto com os portugueses que permanecem na região mais afetada” pelo sismo, que, segundo o último balanço oficial, causou 2.012 mortos e 2.059 feridos, dos quais 1.404 em estado grave.
A diplomacia acrescenta que Portugal continua a aguardar que as autoridades de Marrocos “se manifestem para que seja operacionalizado o apoio já anunciado pelo Governo”, concretamente “o envio de equipas de busca e salvamento ou de medicina legal”.
O tremor de terra, cujo epicentro se registou na localidade de Ighil, 63 quilómetros a sudoeste da cidade de Marraquexe, foi sentido em Portugal e Espanha, tendo atingido uma magnitude de 7,0 na escala de Richter, segundo o Instituto Nacional de Geofísica de Marrocos.
O reino de Marrocos decretou três dias de luto nacional.
Em declarações aos jornalistas, aquando da chegada do avião de transporte da FAP ao Aeródromo de Trânsito nº1, em Figo Maduro, terminal militar integrada no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, disse que o Governo Português encara a possibilidade de novos voos de resgate de portugueses que ainda estejam nas áreas afetadas pelo sismo, e que pretendam regressar, desde que as autoridades marroquinas autorizem as operações.
- Fotos © Força Aérea Portuguesa