A GOL Linhas Aéreas Inteligentes decidiu adiar as entregas de 15 aviões B737-800 em consequência da quebra na procura nas operações domésticas no Brasil.
A indústria da aviação brasileira tem sido afetada pelo abrandamento da economia, resultando num aumento da inflação, volatilidade das taxas de câmbio e maiores restrições ao crédito. Após anunciar um prejuízo líquido de 512 milhões de dólares (478 milhões de euros) no terceiro trimestre, o CEO Paulo Sérgio Kakinoff disse que, face às atuais dificuldades, a GOL tem de chegar a um acordo com a Boeing para adiar a entrega de 11 jatos até 2027. “Negociámos com os nossos fornecedores a flexibilidade no calendário de entrega para os próximos dois anos. Assim, em vez de 15 B737-800NG previstos para entrega em 2016 e em 2017, apenas adicionaremos quatro aviões à nossa frota no mesmo período”, frisou. “Adicionalmente, e tal como já fizemos em anos anteriores, vamos alugar em sublease 12 aviões em 2016 a companhias aéreas estrangeiras durante a estação baixa – comparado com sete em 2015.”
Kakinoff acrescentou que, embora estas operações de subleasing não gerem lucros, ajudam a reduzir a expansão com os contractos primários de leasing e o MRO dos aviões. Referindo-se à contínua fraqueza do real brasileiro face a outras moedas estrangeiras, a GOL também vai adequar a capacidade para os Estados Unidos mudando a sua rota para Miami e Orlando via Punta Cana a partir de Fevereiro de 2016. Dadas as previsões económicas precárias da Venezuela, conjugadas com as dificuldades em transferir receitas em divisas fortes, a GOL está também a reconsiderar a sua operação para Caracas, que já foi reduzida para uma frequência semanal.