GOL agrava prejuízo, mas Administração confia na “robustez financeira” da empresa

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A companhia brasileira GOL – Linhas Aéreas Inteligentes, que chegou a ser apontada na imprensa portuguesa como uma das companhias interessadas na privatização da TAP Portugal, deixou em 2014 de ter Capital Social suficiente para cobrir os prejuízos acumulados e apresentou uma Situação Líquida negativa no valor de 332,97 milhões de reais.

O balanço da companhia publicado na segunda-feira, dia 30 de Março, aponta a desvalorização do real face ao dólar e as perdas com hedging de combustível como as principais causas da GOL ter registado no ano passado um aumento do lucro operacional em 58,6%, para 1.4557,6 milhões de reais, e, simultaneamente, um agravamento do prejuízo líquido em 54,2%, para 1.117,3 milhões.

Entre um e outro ‘intrometeram-se’ 593,1 milhões de reais de juros de empréstimos e outros financiamentos, 425,6 milhões de variações cambiais e monetárias e 443,3 milhões de perdas de derivativos (hedging), a que se somou uma variação desfavorável em 130,7% de Imposto de Renda, para 164,6 milhões.

O efeito foi um aumento em 50,8% dos prejuízos acumulados, para 3.701,2 milhões de reais, que assim passaram a exceder em 1.082,4 milhões o Capital Social, quando em 2013, apesar de um prejuízo de 724,6 milhões, a companhia ainda registava mais 46,5 milhões de reais de Capital Social do que os prejuízos acumulados.

O último trimestre, foi, de acordo com o balanço, o período do ano passado em que mais se agravou a Situação Líquida, decorrente de um agravamento do prejuízo líquido em 3.169,4%, para 631 milhões de reais, porque o lucro operacional cresceu menos que na média do ano, em 4,8%, para 170,7 milhões de reais, e, simultaneamente, as “outras receitas (despesas)”, onde inclui impactos de variações cambiais e hedging teve um agravamento mais forte que a média do ano, em 260,7%, para 723,3 milhões de reais.

Apesar deste cenário, o presidente da companhia, Paulo Sérgio Kakinoff, em “Mensagem da Administração” contida no balanço, assegura que “a elevada liquidez e o adequado perfil de amortização de dívidas, associado a uma reserva de activos, criam condições de robustez financeira para enfrentar este período”.

Paulo Sérgio Kakinoff escreve ainda nessa mensagem que a 22 de Janeiro último a empresa apresentou aos acionistas “uma solução estrutural e de longo prazo para destravar restrições regulatórias importantes à nossa capacidade de nos capitalizar, permitindo que tenhamos condições competitivas e equiparáveis aos nossos concorrentes”.

Essa proposta, acrescenta, foi aprovada a 23 de Março e “permitirá à GOL, no momento adequado, acessar o mercado de capitais para uma eventual capitalização”.

 

  • Matéria publicada pelo portal de notícias de turismo e viagens ‘PressTUR‘, parceiro editorial do Newsavia em Portugal.

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