A companhia brasileira GOL Linhas Aéreas Inteligentes anunciou nesta sexta-feira, dia 31 de julho, que registou um défice de 4,2 mil milhões [bilhões no Brasil] de reais (cerca de 680 milhões de euros) no primeiro semestre do ano devido ao impacto da pandemia da covid-19.
Segundo um balanço financeiro divulgado pela companhia, entre janeiro e junho o défice da GOL subiu 4.874% face o mesmo período de 2019, quando registou perdas no valor de 85,6 milhões de reais (cerca de 13,8 milhões de euros).
A empresa atribuiu este resultado negativo à “crise sem precedentes” causada pela pandemia do novo coronavírus e ao “momento desafiador” pelo qual o setor de aviação global está a passar, conforme explicou o diretor executivo da GOL, Paulo Kakinoff.
A forte depreciação da moeda brasileira, o real, face ao dólar norte-americano, registada este ano, também teve um papel importante nas perdas financeiras da empresa.
No segundo trimestre deste ano, a GOL teve prejuízos de 1,9 mil milhões de reais (cerca de 310 milhões de euros) contra perdas de 120,8 milhões de reais (19,5 milhões de euros) registada do mesmo período do ano passado.
O desempenho negativo da GOL coincide com a queda das viagens aéreas, devido às restrições impostas no final de março pelos governadores dos 27 estados no Brasil para conter o avanço da pandemia, que já provocou mais de 90 mil mortos e 2,6 milhões de infetados no país.
A empresa informou que, entre abril e junho, operou apenas 13% da sua frota e que o número de passageiros foi reduzido em 92% devido às restrições de mobilidade impostas pelas autoridades para conter o avanço do vírus.
De acordo com o balanço financeiro da GOL, o lucro operacional bruto medido pelo EBITDA (sigla em inglês usada para aferir lucro registado antes do pagamento de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu 1,1 mil milhões de reais (cerca de 180 milhões de euros), 34,5% menos do que no primeiro semestre de 2019.
Entre abril e junho, o lucro operacional da GOL foi negativo em 282,5 milhões de reais (cerca de 45,8 milhões euros), comparado ao resultado positivo de 814,6 milhões de reais (132 milhões de euros) obtido no segundo trimestre de 2019.
A dívida da empresa, no final do segundo trimestre de 2020, atingiu 13,4 mil milhões de reais (cerca de 2,1 mil milhões de euros), registando um crescimento de 44% face o mesmo período de 2019.