Governo da Madeira processa judicialmente a TAP e exige indemnizações

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Os constantes cancelamentos e atrasos em voos da TAP Air Portugal para a ilha da Madeira, por motivos ditos operacionais (falta de aviões disponíveis e de tripulações escaladas), continuam na ordem do dia, agora com as forças políticas e vivas do arquipélago a tomarem posições de grande contestação à companhia de bandeira. Desde o início do ano, a TAP já cancelou cerca de 70 voos por tais razões.

Diversos sectores da atividade económica regional e os passageiros da Região Autónoma contestam a atuação da companhia aérea nacional, alegando não só os prejuízos que todas essas demoras ocasionam, mas sobretudo a falta de resposta e a maneira como a TAP tem lidado com este complicado problema, que resulta de um crescimento anormal da companhia aérea, deixando passageiros abandonados em aeroportos. Tudo isso aliado às altas tarifas que a companhia pratica em reservas feitas poucos dias antes da viagem que chegam a atingir as muitas centenas de euros para voos que em média demoram uma hora e meia em cada trajeto.

Nesta terça-feira, dia 3 de junho, o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, fez acusações graves ao Executivo da TAP, e anunciou que vai pedir indemnizações à TAP, através de processo judicial. O governante regional diz que a companhia está a tratar mal os madeirenses e os passageiros que se dirigem à Madeira e acusa a companhia de lhes estar a dar um “tratamento de terceiro mundo”.

Acusa a TAP de “incompetência” pelo facto de cancelar ligações para a Madeira, em decisões que muitas vezes envolvem doentes, atletas e crianças. A acrescentar a isso, a TAP persiste “sem resolver os problemas de alojamento”, mostrando que está atualmente com “rédea livre”.

E a situação acontece “quando a Madeira é, pela quinta vez, eleita melhor da Europa. Assim contribui para dar cabo do setor turístico. A TAP não quer saber das consequências”, disse Miguel Albuquerque, sublinhando que o alerta foi deixado ao Governo da República que, todavia, “prefere assobiar para o lado”. “Não podemos aceitar cancelamentos de última hora e deixar pessoas sem apoio digno”, vincou.

Entretanto, na Assembleia Legislativa da Madeira foi requerida pelo PSD, partido governamental, a constituição de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para avaliar a operação “desastrosa, negligente e vergonhosa” da TAP no arquipélago.

A discussão e debate prolongou-se durante grande parte da sessão deste terça-feira, com todos os partidos a contestarem a falta de resposta da TAP e os prejuízos que está a provocar à economia regional, maioritariamente dependente do turismo e, nomeadamente da hotelaria e serviços associados.




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