A Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL), no Centro de Portugal, reuniu em Lisboa, no início desta semana, com representantes dos ministérios da Defesa Nacional e do Planeamento e Infraestruturas. Durante as reuniões foi analisado o processo de adaptação da Base da Força Aérea Portuguesa (FAP) de Monte Real, com vista à sua utilização civil, permitindo o movimento de aeronaves comerciais com passageiros.
A abertura do Aeroporto de Monte Real é desde há muito reivindicada pelas autarquias e pelos responsáveis pela Região de Turismo Centro, onde se situa o Santuário de Fátima, um dos maiores centros de peregrinação dos católicos na Europa, que atrai por ano milhares de portugueses e estrangeiros. Estes para lá chegaram, desde que se desloquem de fora do território do continente, têm de desembarcar e embarcar nos aeroportos de Lisboa ou do Porto, no norte do País, e seguir por estrada até Fátima (130 quilómetros de Lisboa e 200 quilómetros do Porto).
Um comunicado distribuído pela Câmara Municipal de Leiria, que preside à CIMRL, refere que os responsáveis das três entidades analisaram o trabalho já realizado” e “equacionaram as próximas etapas do mencionado estudo”.
A autarquia refere que em julho de 2018, a CIM da Região de Leiria “entregou ao Governo um estudo sobre a utilização civil da Base Aérea de Monte Real”, tendo os ministérios da Defesa Nacional e do Planeamento e Infraestruturas “assumido o compromisso de analisar o documento, em articulação com as estruturas intermunicipais”.
Após a reunião de Lisboa, o Ministério do Planeamento e Infraestruturas distribuiu uma nota em que confirmou a realização da reunião, acrescentando que apenas “em julho de 2018, a CIM da Região de Leiria entregou ao Governo um estudo sobre a utilização civil da Base Aérea de Monte Real.
Embora neste momento esteja fora de questão, os autarcas leirienses, no ano passado, chegaram a apontar a Base Aérea de Monte Real como uma solução para a saturação de tráfego no Aeroporto de Lisboa. Agora o Governo optou pelo Montijo, até porque é mais perto que Leiria.
No início do ano passado a imprensa portuguesa revelou que um estudo preliminar para a adaptação de Monte Rela para a aviação comercial implicava um investimento de 20 milhões de euros e compreendia o reforço da pista de aterragem a construção de um terminal de passageiros, serviço de bombeiros e socorro civis, um novo parque de armazenamento de combustíveis e outros serviços indispensáveis para o bom funcionamento de um aeroporto civil. Estaria apto a receber no primeiro ano cerca de 5.000 movimentos e a acolher cerca de 600 mil passageiros.
A pista de aterragem da Base Aérea nº5 da FAP, em Monte Real, distrito de Leiria, tem uma pista com 2.990 metros de extensão. Lá aterraram e descolaram os aviões da Alitalia e da TAP que transportaram (na chegada e no regresso, respectivamente), nos últimos anos, os Papas que visitaram terras portuguesas em viagens apostólicas.