O ministro português das Infraestruturas, que tem a tutela dos Transportes, revelou na manhã desta quarta-feira, dia 19 de outubro, que a administração da TAP pediu uma auditoria por suspeitar estar a pagar mais pelo leasing dos seus aviões do que outras companhias aéreas concorrentes. As conclusões da auditoria foram enviadas pelo Governo Português para o Ministério Público, adiantou o ministro.
“A administração [da TAP], a determinada altura, suspeitou que nós estaríamos a pagar pelos aviões que estamos a pagar, mais do que os concorrentes pagavam. […] A administração pediu a auditoria, essa auditoria foi concluída, entregue ao Governo e nós, perante dúvidas perante as conclusões daquela auditoria, encaminhámos a auditoria para o Ministério Público”, anunciou o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, numa audição na Assembleia da República, por requerimento dos partidos Comunista (PCP) e do Chega, sobre a privatização da TAP.
Pedro Nuno Santos voltou também a apontar o dedo ao Partido Social-Democrata (PSD), acusando-o de ser um “mero partido de protesto” que não apresenta soluções, por não assumir, disse, o que teria feito em 2020 quando a TAP se encontrava em dificuldades agravadas pela pandemia.
O ministro lembrou ainda a privatização levada a cabo pelo Governo do PSD/CDS-PP, parcialmente revertida em 2015, num negócio em que a TAP foi vendida por 10 milhões de euros a “um acionista que endividou ainda mais a empresa”.
Foi, de resto, aquela administração privada liderada por David Neeleman que levou a cabo a renovação da frota de aviões da companhia aérea.
A agência de notícias ‘Lusa’ contactou a TAP para esclarecimentos sobre a auditoria avançada pelo ministro, que respondeu não ter nada a dizer sobre o assunto.