O ministro das Infraestruturas disse que o Governo Português quer que a ainda presidente executiva da TAP [Christine Ourmières-Widener] cesse funções “o mais rapidamente possível”, mas não está ainda decidido quem fica ao comando até à chegada do novo CEO, em abril.
“Essa matéria ainda não foi decidida, [quem fica na liderança até à chegada do novo presidente executivo], mas a ideia é para que a CEO da TAP deixe de desempenhar funções o mais rapidamente possível”, afirmou João Galamba (imagem de abertura) aos jornalistas nesta quinta-feira, dia 9 de março.
O ministro falava à margem da cerimónia de assinatura de duas cartas de operações entre a Força Aérea Portuguesa e a Navegação Aérea de Portugal, para cedência de espaço militar à aviação comercial, permitindo melhorar a operação no aeroporto de Lisboa.
Na segunda-feira passada, na sequência do relatório da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) sobre o processo de rescisão da TAP com Alexandra Reis, que apontou falhas graves, o Governo decidiu demitir o presidente do Conselho de Administração da companhia aérea, Manuel Beja, e a presidente executiva (CEO), Christine Ourmières-Widener.
Numa comunicação enviada nesta quinta-feira, dia 9, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a TAP esclareceu que aqueles responsáveis continuam em funções e não conhecem os prazos previstos para a destituição.
O Governo escolheu Luís Rodrigues para substituir Manuel Beja e Christine Ourmières-Widener, acumulando os dois cargos, que deverá chegar à companhia aérea em abril, depois de sair da SATA.
Questionado se considera que a TAP foi mal assessorada pelo escritório de advogados SRS Legal, que tratou do processo de rescisão com Alexandra Reis, João Galamba considerou que é uma pergunta que tem de se fazer à própria companhia aérea.
“Mas quando um escritório de advogados ignora um facto elementar que é o facto de aquela empresa ser uma empresa pública, eu parece-me que sim [que foi mal assessorada]”, ressalvou o governante.
Já questionado se considera que este caso pode pôr em causa o processo de privatização da companhia, o ministro das Infraestruturas afirmou que “os resultados da TAP falarão por si”, referindo-se aos resultados financeiros do grupo, relativos a 2022, que deverão ser conhecidas em breve e que, segundo o governante, serão “boas notícias, que devem sobretudo às receitas”.