Governo promete ‘mão dura’ se houver nova “aglomeração” no aeroporto de Lisboa

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O ministro da Administração Interna garante que o reforço de meios humanos nos aeroportos ficará concluído até início de julho e que aglomerações como as da semana passada em Lisboa não podem repetir-se, ou implicarão a “substituição” dos responsáveis.

“Uma falha desta natureza tem que levar à substituição imediata de quem tem essa responsabilidade no aeroporto. Esta foi a orientação que foi transmitida à Direção Nacional do SEF [Serviço de Estrangeiros e Fronteiras]. Porque, quando se deteta que está a haver uma sobre concentração de chegadas, há uma equipa de contingência que é mobilizada por parte do diretor nacional do SEF”, afirma o ministro José Luís Carneiro numa entrevista publicada neste sábado, dia 18 de junho, no jornal ‘Público’ e resumida pela agência de notícias ‘Lusa’.

“Não foi mobilizada na segunda-feira que passou porque não foi comunicada essa falha. Mas já foi referido que não pode voltar a repetir-se”, acrescenta o ministro.

Segundo o governante, o plano de reforço de meios nos aeroportos, nomeadamente no de Lisboa, passa pelo aumento de meios humanos da PSP e do SEF e dos meios eletrónicos de identificação dos passageiros que desembarcam em Portugal, a par da monitorização constante do que está a acontecer nos aeroportos.

No que se refere aos meios humanos, José Luís Carneiro afirma que o reforço, “que está previsto no plano de contingência, ficará todo ele desenvolvido até dia 04 de julho”.

“E acabámos de tomar a decisão de antecipar entre oito a 15 dias este período de reforço em função da disponibilidade”, avança, acrescentando que, atualmente, “já há reforço de funcionários do SEF e da PSP”.

Relativamente à aglomeração de passageiros ocorrida na passada segunda-feira no aeroporto de Lisboa, o ministro diz que se deveu a uma “falha”: A equipa de contingência de inspetores do SEF, que está preparada para ser mobilizada “sempre que se justifica” não o foi, “porque não houve informação da equipa que estava no aeroporto para a direção nacional”.

“Não foi mobilizada na segunda-feira que passou porque não foi comunicada essa falha. Mas já foi referido que não pode voltar a repetir-se”, sustentou.

Questionado sobre a possibilidade de alargar o período de chegada dos voos intercontinentais a Lisboa, evitando a atual concentração no período da manhã, José Luís Carneiro referiu ser “um trabalho que tem que ser feito pela ANA Aeroportos, nomeadamente com as companhias e também com as outras entidades que tratam de toda a dimensão ligada aos fluxos aéreos e turísticos”.

“Mas é evidente que é desejável que haja um diálogo e uma articulação entre quem, e bem, quer aproveitar as oportunidades do mercado, mas depois também com as capacidades do próprio aeroporto para acolher e integrar convenientemente quem nos procura”, considerou.

“A ANA Aeroportos está a fazer um esforço articulado connosco. O plano de contingência foi articulado com o Ministério das Infraestruturas, com o Ministério da Economia, com a Secretaria de Estado do Turismo e foi articulado com a ANA Aeroportos. Tive também uma reunião de trabalho com a TAP e outra com o Turismo de Portugal. Nessas reuniões, cada parte comprometeu-se com um esforço, tendo em consideração que a previsão de crescimento é muito significativa. Arranjando a ANA mais espaço, nós estamos disponíveis para mobilizar mais inspetores para termos um maior número de boxes, em vez das atuais 16”, precisou.

No que se refere à construção do novo aeroporto, o ministro da Administração Interna sustenta que “é mesmo uma questão de interesse nacional” e defende que se trabalhe no sentido de um “amplo consenso social”, incluindo com o PSD.

“[…] é evidente que, se tivéssemos uma infraestrutura aeroportuária com outro potencial, estaríamos hoje a aproveitar oportunidades de captação de turistas para o país que, por impossibilidade do aeroporto, não estão a ser devidamente aproveitadas. O ministro das Infraestruturas tem toda a razão quando diz que, efetivamente, é necessário encontrar um amplo consenso político em torno deste objetivo nacional”, afirma José Luís Carneiro.

 

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