Groundforce apela ao diálogo – TAP deve seis milhões de euros à empresa de handling

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O presidente do Conselho de Administração da Groundforce e dono da Pasogal, acionista maioritária (50,1%) da empresa de ‘handling’, apelou nesta terça-feira, dia 2 de março, para o “diálogo” de forma a “encontrar uma solução” para ultrapassar a difícil situação financeira em que esta se encontra. Alfredo Casimiro acusa a TAP, o outro acionista da empresa (49,9%), de ter um comportamento “incompreensível “e “ilegal”. Diz que a companhia aérea deve à empresa seis milhões de euros, por serviços prestados entre dezembro e janeiro e exige penhor sobre as ações da Pasogal, para em vez de pagar parte da dívida (que resolveria a liquidação dos salários em atraso), fazer um adiantamento de parte desse dinheiro.

“Faço um apelo de diálogo a todos os envolvidos para que possamos rapidamente pôr termo a este clima de incerteza e, nesse sentido, acabo de pedir uma audiência com caráter de urgência ao senhor ministro das Infraestruturas e Habitação, bem como aos grupos parlamentares na Assembleia da República”, afirma Alfredo Casimiro em comunicado.

Assumindo a vontade de “encontrar uma solução” para a “situação de enorme fragilidade de tesouraria, decorrente da pandemia”, em que se encontra a SPdH (Serviços Portugueses de Handling, comercialmente designada Groundforce Portugal), o empresário lamenta que a contraproposta por si apresentada para viabilizar um novo adiantamento da TAP à empresa não tenha tido “ainda o acolhimento esperado e necessário por parte da administração” da companhia aérea.

“Para proceder ao pagamento dos salários de fevereiro, a Groundforce solicitou o adiantamento do pagamento, em parte ou no todo, das faturas emitidas à TAP pelos serviços prestados em dezembro 2020 e janeiro 2021 e que totalizam seis milhões de euros. A resposta que recebemos é para nós incompreensível, e temos razões fundamentadas para acreditar, que também é ilegal: a entrega como garantia do penhor das ações de um acionista (Pasogal) a outro acionista (TAP)”, sustenta.

A esta proposta da TAP, Alfredo Casimiro diz ter feito “uma contraproposta aceitável e proporcional, por forma a dar conforto à TAP em relação aos adiantamentos realizados à Groundforce”: Ceder antes como garantia a totalidade dos equipamentos de suporte da empresa à operação aeroportuária.

Contudo, lamenta, “esta proposta não teve, ainda, o acolhimento esperado e necessário por parte da administração da TAP”.

No comunicado emitido nesta terça-feira, dia 2, o presidente do Conselho de Administração da Groundforce diz que a atual “situação de enorme fragilidade de tesouraria” da empresa resulta da pandemia, mas foi “agravada pela incapacidade das entidades públicas em responder atempadamente ao pedido de aval para um empréstimo bancário feito em julho 2020”.

Segundo sustenta, foi este atraso que “teve como consequência a incapacidade da empresa de saldar os pagamentos dos salários de fevereiro de 2021 dos seus 2.398 trabalhadores”.

“A queda abrupta da aviação comercial, em particular da operação da TAP (principal cliente da Groundforce e seu acionista de referência [com 49,9% do capital]) nos aeroportos portugueses, é a única causa deste constrangimento e o motivo do apoio solicitado. Não pedimos dinheiro ao Estado, pedimos um aval, uma vez que a nossa atividade assenta em licenças atribuídas pelo próprio Estado”, afirma.

Salientando que “desde a primeira hora” trabalhou “com todos os meios ao dispor, com a tutela e com a administração da TAP para que fosse encontrada uma solução para que a empresa conseguisse honrar os seus compromissos”, Alfredo Casimiro considera “incompreensível que, tanto tempo decorrido, o aval não tenha sido ainda concedido”.

Conforme noticiou a agência ‘Lusa’, a administração da TAP propôs à SPdH/Groundforce a concessão de um adiantamento de 2,05 milhões de euros, para pagamento de salários e dívidas a fornecedores, exigindo em troca uma penhora da participação de 50,1% da Pasogal na empresa de ‘handling’ (LINK notícia relacionada).

 

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