Paulo Neto Leite deixou de ser presidente executivo (CEO) da SPdH/Groundforce, cargo que passará a ser exercido pelo presidente do Conselho de Administração, Alfredo Casimiro, acionista privado da empresa de handling aeroportuário.
“No seguimento dos acontecimentos das últimas semanas, e perante a total quebra de confiança do presidente do Conselho de Administração, Paulo Neto Leite deixa hoje de ocupar o cargo de CEO da Groundforce”, refere a companhia de handling, em comunicado distribuído nesta segunda-feira, dia 5 de abril.
Paulo Neto Leite mantém as suas funções enquanto administrador, mas “cessa com efeitos imediatos de exercer qualquer função executiva”, segundo um documento interno da empresa que foi enviado também nesta segunda-feira aos trabalhadores da SPdH/Groundforce.
“Para garantir uma mais eficiente capacidade de resposta e uma necessária coesão na gestão da companhia, foi decidido em Conselho de Administração alterar a composição da Comissão Executiva passando o presidente do Conselho de Administração a assumir também a presidência da Comissão Executiva”, refere Alfredo Casimiro na comunicação.
A ‘Pasagol’, empresa de Alfredo Casimiro, acionista maioritário da SPdH/Groundforce (50,1%), explica os acontecimentos que ditaram o afastamento de Paulo Neto Leite. O texto refere “um conjunto de situações que configuraram uma violação grave dos deveres de lealdade”. E, assim, “os accionistas entenderam que a confiança no até aqui CEO foi ferida de morte e que este não tem condições para conduzir os negócios sociais da empresa ou para se envolver na procura de soluções sustentáveis para a Groundforce”.
Paulo Neto Leite está na Groundforce desde julho de 2017. O executivo iniciou a sua carreira na empresa de consultadoria ‘Andersen Consulting’, tendo passado por empresas como a Sumolis e a Portugal Telecom. Esteve sete anos no Brasil à frente de vários negócios, como a DEDIC GPTI, uma das maiores empresas brasileiras de BPO Integrado (Contact Centers e TI) com 26 mil colaboradores.
Nas últimas semanas, o executivo “foi referenciado como estando envolvido na montagem de uma operação de MBO para a compra da posição de 50,1% da Pasogal na companhia portuguesa de handling.”, refere o portal de notícias ‘Transportes e Negócios’. “E isso terá sido agora determinante para o seu afastamento”, acrescenta a informação.
A Groundforce é detida em 50,1% pela Pasogal e em 49,9% pelo Grupo TAP, que, em 2020, passou a ser detido em 72,5% pelo Estado português e que é acionista minoritário e principal cliente da empresa que presta assistência nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, Madeira e Porto Santo.